No próximo dia 20, os cristãos comemoram o Domingo de Páscoa. A data lembra a procura pelos ninhos com ovos de chocolate, tradição que veio com os imigrantes europeus. Mas antigamente, quando o dinheiro era escasso, a criançada ganhava ovos de galinha pintados pelos pais.

Por lembrar vida nova, o ovo é símbolo da Páscoa e associado à ressurreição de Cristo. Os de chocolate surgiram no século 18, mas custaram a chegar nas colônias. As crianças então recebiam ninhos com ovos de galinha cozidos ou recheados com amendoim açucarado.

Bem antes da data, as mães abriam os ovos com cuidado, retiravam a clara e a gema, e guardavam as cascas para recheá-las. Quem tinha amigos no interior até conseguia ovos de pata que, pelo tamanho, destacavam-se entre os demais.

Publicidade

O desenhista aposentado Harry Gehner guarda uma coleção de embalagens de tinta em pó (Eierfarben) usada para tingir os ovos. Os bazares Kuhn, Rech e Rex vendiam o produto importado da Alemanha. Os pacotinhos tinham desenhos alusivos à Pascoa e eram colecionados pelas crianças.

O Eierfarben (eier = ovos; farben = cor), com cores variadas, precisava ser dissolvido em água morna e vinagre. As casquinhas eram mergulhadas no líquido e saíam coloridas. Os pais realizavam a tarefa quando os filhos estavam dormindo ou na escola. 

Quando se fala em Páscoa, é preciso lembrar que Santa Cruz já teve uma das mais importantes fábricas de chocolates do Estado, a Sulina (Hennes & Söhnle). Os ovos e coelhos vinham em embalagens especiais, em alto relevo, muitas desenhadas por Genehr, que ainda preserva esses invólucros.

Publicidade

LEIA MAIS TEXTOS DO COLUNISTA

Ricardo Gais

Natural de Santa Cruz do Sul, Ricardo Luís Gais, 27 anos, é jornalista multimídia no time do Portal Gaz desde 2023.

Share
Published by
Ricardo Gais

This website uses cookies.