Memória: “saidinha” do jacaré da praça motivou sua realocação

Semana passada, lembramos do jacaré que habitava o chafariz da Praça Getúlio Vargas, no início dos anos 50. Ainda filhote, caiu na rede de dois pescadores, em Rio Pardo, foi trazido a Santa Cruz e solto no lago artificial, um dos principais pontos turísticos da cidade.

O réptil virou uma atração para a criançada. Após as aulas nas escolas do Centro, os alunos costumavam dar uma passada no local para ver o bicho. Com o tempo, no entanto, ele chegou a um metro de comprimento e, seguidamente, deixava o chafariz para “lagartear” ao sol e havia o temor de que pudesse morder alguém. Além disso, ainda não existia a grade de ferro em volta do lago e as crianças gostavam de se equilibrar na mureta, o que aumentava a preocupação e o debate sobre se ele deveria ou não ser retirado dali.

Em um sábado, após uma chuvarada de verão, pessoas que foram conferir os latidos da cachorrada depararam-se com o jacaré “passeando” na esquina da Rua Marechal Deodoro com a Borges de Medeiros. O alvoroço foi grande e os moradores próximos conseguiram prendê-lo com cordas. Colocado em um carroção, foi levado de volta para o logradouro. O passeio selou o seu destino. Poucos dias depois, a Prefeitura retirou o réptil da Praça da Matriz e o soltou em um local ermo, nas margens do Rio Pardinho.

Mesmo com a mudança, a história do jacaré continuou gerando comentários. Seguidamente, alguém “jurava” ter visto o animal nadando no chafariz. Em uma ocasião, a Prefeitura chegou a esvaziar o lago porque algumas crianças juraram que viram dois filhotes se deliciando na água gelada.

Nenhuma dessas informações se confirmou. O cronista Hamilton dos Santos, que comentava fatos da cidade na Gazeta, fez várias conjeturas bem-humoradas sobre aonde o animal pretendia ir no sábado em que foi capturado. E concluiu: “Não se surpreendam se, numa visita ao Centro, encontrarem nosso mimoso jacaré sentado em um banco da praça”.

LEIA MAIS: Memória: jacaré já foi atração no chafariz da Praça Getúlio Vargas

Arquivo da Gazeta do Sul

LEIA MAIS DO COLUNISTA