Mandado de busca foi cumprido no Alfredo Jaconi | Foto: Grégori Bertó/GABCOM/MPRS
Ênio Santos foi alvo de uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (Gaeco/MPRS) na manhã desta terça-feira, 20. O jogador do Juventude, de 24 anos, é alvo em uma investigação sobre um suposto envolvimento em casos com manipulação de resultados para apostas. Foram cumpridos dois mandados de busca, um na casa do atleta e outro no Estádio Alfredo Jaconi, no armário de uso pessoal do atleta.
Em nota oficial, o Juventude informou ter tomado conhecimento da operação do Gaeco na manhã desta terça e que “colaborou fornecendo os acessos necessários para ação tanto no estádio Alfredo Jaconi quanto no CT do clube”. Ênio estava em casa no início da ação. Depois, o atacante se dirigiu ao clube e utilizou o telefone de um dirigente para avisar familiares e o empresário. Ênio disse estar tranquilo com possíveis desdobramentos da ação, acreditando que a investigação poderá provar sua inocência.
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Segundo o MP-RS, a operação contra Ênio atendeu uma solicitação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Além do atacante, pessoas ligadas ao jogador e que teriam se beneficiado das apostas para que ele recebesse cartões amarelos duas vezes também são investigadas.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o jogador se manifestou dizendo que “segue à disposição das autoridades como um dos principais interessados no total esclarecimento do caso”. A nota ainda afirma que “o único objetivo do atleta sempre foi e segue sendo desempenhar a sua profissão de forma digna, leal e honesta”.
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A investigação foi chamada pelo Ministério Público de “Operação Totonero”, inspirada no escândalo de manipulação de resultados na Itália na década de 1980, que envolvia manipulação de jogos das Series A e B. A ação é conduzida pelos promotores de Justiça Rodolfo Grezzana, que atua em Caxias do Sul, e Manoel Figueiredo Antunes, coordenador do 5º Núcleo Regional do Gaeco – Serra.
Segundo o MP, foram deferidas ordens judiciais para localizar, por exemplo, documentos, mídias, celular, entre outros. Com este material, as autoridades pretendem identificar outros suspeitos envolvidos. A investigação continua.
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Os crimes investigados são os de organização criminosa, artigo 198 da Lei Geral de Esporte e, ainda, eventual estelionato associado. Sobre o artigo 198, trata-se de “solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsificar o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado”. A pena é de dois a seis anos de prisão, além de multa.
Lances suspeitos
O jogador Ênio é investigado por dois casos de suspeita de manipulação. No caso mais recente, contra o Fortaleza, no último dia 10, foram registradas movimentações acima do considerado normal para um cartão para o jogador. Ênio foi amarelado ainda no primeiro tempo, aos 38 minutos, num carrinho violento em Lucas Sasha, próximo à lateral do gramado, no meio-campo.
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Na estreia do Brasileirão, Enio também foi apontado em esquema de manipulação para cartão. Ele recebeu um amarelo contra o Vitória, em 4 de abril, e o sistema detectou o mesmo volume acima do normal para apostas nesse mercado. O jogador chegou a ser afastado do time. Quatro dias depois, foi reintegrado ao grupo.
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