O Ministério Público de Santa Cruz do Sul confirma que vai recorrer de parte da decisão que envolve Paulo Lersch. A sentença, divulgada nesta terça-feira, 28, estabeleceu pena de nove anos e sete meses em regime fechado para o ex-vereador, além de quatro anos e seis meses em regime semiaberto para o então assessor dele, Carlos Henrique Gomes da Silva. Os dois são acusados concussão e coação no caso que envolve a captação do salário dos assessores. No despacho, a juíza Luciane Glesse inocentou a mãe de Paulo Lersch, Nersi Ana Backes, e também descartou o crime de formação de quadrilha por parte dos três acusados na denúncia inicial.
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Mesmo com o questionamento sobre estes pontos, o promotor acredita que a manifestação do Poder Judiciário é um recado para quem pratica esse tipo de crime. “Muitas vezes, essas situações vão denominadas de ‘rachadinha’ ou de ‘acordo’, mas não existe ‘rachadinha’ ou ‘acordo’ em que a parte do servidor é entregar dinheiro para um vereador. Na verdade, há uma exigência de parte do salário de um servidor público por outro servidor público e isso é crime e precisa ser banido das relações políticas”, avalia Barin.
O promotor também comemora a decisão que determina a devolução dos valores que foram arrecadados por Paulo Lersch e Carlos Henrique junto às servidoras públicas que não recebiam todo o salário. “Isso é uma exigência criminosa. O Ministério Público seguirá atuando em casos semelhantes, buscando a repressão e a condenação de quem faz essa exigência, mas tentando, ao final, que haja a devolução desses valores arrecadados ilegalmente”, conclui.