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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Momento instável preocupa produtores de tabaco da região

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Agricultores do Vale do Rio Pardo afirmam ter perdido qualidade na safra devido a estiagem. Além disto, o mercado instável no setor traz incerteza para o próximo ano

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O fumo seco estocado em galpões e estufas carrega consigo a angústia dos produtores rurais do Vale do Rio Pardo. O tabaco para muitos representa uma oportunidade, talvez a melhor renda do ano, mas nos últimos dias é também um sinal de dúvida, dada a instabilidade enfrentada pelo mercado, devido ao coronavírus. A Gazeta do Sul visitou propriedades no interior de Rio Pardinho, em Santa Cruz do Sul. Poucos moradores quiseram se manifestar, todos demonstraram estar aflitos e inseguros. Além da estiagem, o medo de não ter lucro tem tirado o sono de quem depende do campo para viver.

O agricultor Vanderlei Ivan Porath, 42 anos, mora com a esposa Rosangela Mare Ebert, 37, a sonhadora filha Francilene Raliza, 8 anos, e o pequeno Iago Artur, de apenas quatro meses, em um sítio de pouco mais de seis hectares. A renda do fumo, vendido direto para duas fumageiras da região, é a principal fonte da família, que ainda cultiva milho e mandioca e cria gado, galinhas e porcos.

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A família planta duas cultivares da Virgínia (tipo de fumo), a seca fez com que as plantas não se desenvolvessem e as folhas ficassem pequenas e pouco enxutas. “Os últimos colhidos ficaram muito secos. Moramos aqui há 14 anos, nunca vimos uma safra tão ruim como essa. Vamos ter um prejuízo do tamanho da lavoura. Com seguro da lavoura, insumos e sementes, gastamos cerca de R$10 mil. Como tu vai tirar isso na safra? É pesado”, desabafou.

O produtor rural relatou que a família enfrenta algumas dificuldades econômicas desde a safra passada, quando ele e a esposa não conseguiram vender o fumo por um bom preço. Além disto, Vanderlei Porath trabalha sozinho e se desdobra com os demais serviços na propriedade. “Agora estamos parados, não temos como separar, surtir e prepará-los, o fumo está muito seco, se quebra, se esfarela. Eu brinco, digo que vou largar tudo, mas vou fazer o que daí?! Nós dependemos disso”, ressaltou o produtor.

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