ads1 ads2
GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Morrostock: uma galáxia feita de barracas e música

Pense num mundo de paz, respeito e sustentabilidade. Um mundo feito de gente cheia de sorrisos, abraços e passos de dança. Uma galáxia inteira feita de barracas e shows de música. Esse é o Morrostock. O festival que completa dez anos ocorreu no último final de semana no Balneário Ouro Verde, em Três Barras, Santa Maria. O local recebeu quase duas mil pessoas e 41 bandas de quatro países para um festival deslumbrante entre os dias 2 e 4 de dezembro.

Sendo realizado pela primeira vez na cidade, o ‘Morro’ acertou tanto na data quanto no local: o balneário contou com a estrutura e o tamanho ideais para o evento, e por ser mais tarde no ano do que suas edições anteriores contou com alguns dias de tempo bom. A proximidade dos palcos, restaurante e demais instalações foi um bônus para quem gosta de praticidade. O rio e a cachoeira fizeram a alegria de quem ama o contato com a natureza. A área de camping estava adequada, e preço pago pelos ingressos foi muito inferior ao que todos os presentes ganharam em experiência. A vivência das oficinas foi linda, e os valores de alimentos e bebidas eram justos.

ads6 Advertising

Publicidade

LEIA MAIS
Morrostock comemora uma década com edição histórica

A chuva apareceu na madrugada de sábado e durou até o início do primeiro show do palco Pachamama, com o Bloco da Laje, mas não conseguiu estragar a festa. Após o grupo carnavalesco agitar a audiência, o sol veio pra ficar durante as apresentações de Raíssa Fayet e Orquestra Friorenta. Na tardinha quem animou o festival com sua música foi a banda curitibana Trombone de Frutas, seguida pela Bandinha Di Dá Dó e Ava Rocha. Logo após subiu ao palco uma das maiores revelações da música brasileira dos últimos anos: Liniker e os Caramelows fizeram uma apresentação apaixonante, com uma sonoridade brasileira límpida e emocional levando o público ao delírio. Mais tarde, Apanhador só trouxe sua música inigualável ao palco, seguido pelas bandas estrangeiras que encerraram a noite: Cuatro Pesos de Propina, do Uruguai, Proyecto Gomez Casa, da Argentina, e Sonido Satanas, do México, que encerrou sua apresentação ao raiar da manhã de domingo.   

ads7 Advertising

Publicidade

Já no domingo, em clima de encerramento, o palco segundário teve shows da banda argentina Tu Mamá no Entiende Nada, Fetuttines e Supervão. Já o palco central se despediu com Catavento, o som pesado e ímpar da banda catarinense Os Skrotes, e o pop rock argentino de Inmigrantes. Mais tarde o traquejado do rock gaúcho Wander Wildner y Sus Comancheros agitou o público, seguido por um show impactante de Boogarins, que encantou os espectadores e movimentou as últimas horas de Morrostock, fazendo esquecer que esse era o final do evento e não o início.

Durante três dias, o Festival Morrostock celebrou a diversidade e a contracultura, recebendo pessoas tão diferentes quanto as pessoas podem ser e provando que a coexistência não só é possível, como muito fácil de alcançar. Um local de respeito, boa música e aprendizados. Podemos esperar que no próximo ano, a edição volte ao balneário no mesmo período, para repetir a receita que deu tão certo em 2016.

Publicidade

ads8 Advertising

Publicidade

Os integrantes lançaram o EP Boca em 2014 com quatro canções, e em 2015 trouxeram o álbum Ocupa, com 13 excelentes músicas. Para matar a curiosidade de conhecer o som dos rapazes, o disco pode ser ouvido online em plataformas como Youtube e Spotify, e também pode ser baixado de forma gratuita no site oficial.

A turnê de divulgação do disco esteve em Santa Cruz do Sul, quando a GG se apresentou no Casa Velha em setembro. Sobre a experiência, eles só tem elogios ao público local: “Foi uma baita noite, deu pra ver que o pessoal curte bastante o som autoral”, conta Yuri Medeiros (baixo e vocal). Os santamarienses prometem retornar em 2017, e já tem planos. “Vamos voltar em algum momento do ano. Gostaria muito de tocar com as bandas da cidade que são amigas, como a Lusco Fusco e a Compostos Orgânicos Racionais e fazer uma coisa que envolvesse uma galera que aprecia a música autoral e que está ávida por algo novo”, diz Gustavo.

Para o próximo ano, a banda pretende seguir se apresentando com a Orquestra Itaimbé, com um espetáculo acústico que deve rodar o Rio Grande do Sul inteiro. A adição de um quarteto de cordas e flauta ao trombone e piano que já teciam as apresentações da Guantánamo Groove dão uma textura diferenciada à apresentação. Uma leitura do público permite que eles moldem o ritmo para shows que funcionam igualmente bem em auditórios, bares, ruas e festivais. Por isto talvez que o show dos guris no Morrostock tenha arrancado elogios e movimentado a audiência, e talvez por essa visão ampla que o som criativo, dinâmico e urbano desta banda autoral nos dê ainda muito o que esperar.  

Publicidade

ads9 Advertising

© 2021 Gazeta