Iniciativa: Cemas realiza testes rápidos que apontam o resultado em até 20 minutos
O HIV pode levar até dez anos para manifestar sintomas, fator que impacta na taxa de mortalidade por Aids em Santa Cruz do Sul. No último ano, foram 16 óbitos relacionados à doença no município, uma queda de 15,7% em relação ao período anterior. Apesar disso, o número, segundo a coordenadora do Centro de Atendimento à Sorologia (Cemas) de Santa Cruz do Sul, Micila Chielle, é considerado alto.
“A Aids é uma doença que tem tratamento, então as pessoas não precisam mais morrer em função dela”, explica. A enfermeira acompanha, há seis anos, pessoas que chegam ao serviço, muitas delas sem sintomas e, consequentemente, sem perceber que podem transmitir o vírus.
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Atualmente, 2.321 pacientes realizam tratamento ativo pelo Cemas. Desses, 1,1 mil são de Santa Cruz do Sul. Os demais estão em outros oito municípios de cobertura do órgão na região: Gramado Xavier, Herveiras, Sinimbu, Vale do Sol, Candelária, Vera Cruz, Rio Pardo e Pantano Grande. Os números confirmam a importância do diagnóstico precoce. Desde 2018, a média de novos casos no serviço passa de dez por mês, posicionando Santa Cruz no 19º lugar no ranking nacional do Boletim Epidemiológico HIV e Aids 2025, entre os municípios com mais de 100 mil habitantes.
Entre os óbitos recentes, houve pessoas jovens, o que reforça a necessidade de detecção precoce e adesão ao tratamento. Quanto às idades mais atingidas, a maior concentração de novos casos está no público entre 20 e 50 anos, com destaque para a faixa dos 20 aos 30 anos. Para Micila, essa é a população que exige atenção redobrada nas campanhas e nas estratégias de prevenção.
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O Cemas, que fica na Rua Thomas Flores, 806, e a rede de saúde santa-cruzense oferecem testes rápidos de HIV em todos os postos de saúde. O exame também está disponível no Sistema Integrado de Saúde (SIS) da Unisc.
O procedimento leva de 20 a 30 minutos. No Cemas, há atendimento de segunda a sexta-feira, das 7h45 às 11h45 e das 13 às 17 horas. Além disso, há horários noturnos para ampliar o acesso. Às terças-feiras, o atendimento se estende das 17h30 às 20h30 e é mais voltado a pacientes em tratamento. Já nas quartas-feiras, também ocorre das 17h30 às 19h30, com atendimento ao público em geral e presença de médico.
A enfermeira reforça que toda pessoa com vida sexual ativa deve realizar o teste rápido no mínimo uma vez ao ano. “Quem tem múltiplas parcerias precisa testar com mais frequência”, alerta. O argumento clínico é direto: “diagnóstico precoce evita sequelas no sistema imunológico, doenças e quadros de saúde debilitantes”.
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Entre os avanços, Santa Cruz do Sul recebeu do Ministério da Saúde, em 2024, a certificação de eliminação da transmissão vertical do HIV, um reconhecimento do trabalho integrado entre a rede de saúde, gestantes e instâncias de proteção à criança. Micila explica que, quando a mãe é tratada corretamente, a criança não se infecta.
O município se mantém há 14 anos sem transmissão vertical e, hoje, acompanha, em média, de dez a 20 gestantes com HIV por ano. Em situações de baixa adesão ao tratamento, o processo envolve articulação com o Ministério Público e o Conselho Tutelar para garantir a proteção da criança.
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Algumas estratégias de prevenção utilizadas pelo Cemas têm apresentado resultado positivo. É o caso das palestras educativas, realizadas em empresas, escolas e instituições, pelo próprio Centro. Segundo Micila, essas são as ações que mais sensibilizam e aumentam a procura pelos testes. As palestras duram entre 45 minutos e uma hora e podem ser solicitadas gratuitamente por e-mail (cemas@santacruz.rs.gov.br), mediante pedido formal da instituição. Mais informações estão disponíveis no telefone (51) 3120 4710 ou no WhatsApp (51) 3120 4709.
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O tratamento gratuito oferecido pelo SUS é descrito por Micila como efetivo e bem tolerado. Segundo ela, atualmente, a terapia costuma ser com dois ou três comprimidos, no máximo, tomados uma única vez ao dia. Além disso, o acompanhamento inclui exames a cada seis meses, mas se o paciente estiver estável, a consulta é anual, com retirada mensal do medicamento.
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Essas rotinas fazem do Cemas um serviço de retaguarda que garante suporte clínico e apoio técnico também a outros municípios. O serviço funciona como Centro Regionalizado de Atenção Integral e Prevenção às IST, ao HIV/Aids e coinfecções (Craip) desde agosto de 2024.
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