Mosteiro pede ajuda para concluir obra da igreja; veja como contribuir

No alto da colina onde o silêncio encontra a vista de Linha Travessa, em Rio Pardinho, uma nova igreja ganha forma. Esse é o mais recente capítulo da trajetória das irmãs beneditinas que, no Mosteiro da Santíssima Trindade, constroem com calma o templo que faltava à sua vida monástica. O trabalho, que avança graças às doações da comunidade, deu novos passos rumo à sua conclusão. Iniciada em fevereiro e retomada em 19 de novembro, para sua segunda fase, a obra teve o contrapiso concluído e as paredes erguidas até o nível do primeiro andar, chegando a 30% da execução.

A construção, no entanto, começou muito antes do primeiro tijolo. Nasceu em meio à dor coletiva das enchentes de 2024, quando o mosteiro se tornou um posto avançado de acolhimento. “A gente fez daqui um cantinho de solidariedade. Distribuíamos comida, roupas, cestas básicas e percebemos que as pessoas precisavam de um lugar de oração”, explica a irmã Roberta Peluso de Oliveira. “Ali vimos que Deus estava indicando o momento de construir.”

Desde então, a obra caminha no “tempo de Deus”, como costuma repetir a madre. Cada fase só começa quando há recursos suficientes, fruto de campanhas, rifas e doações. “A doação é sempre um ato de generosidade. Cada um dá de acordo com o que o coração pede. E essa é uma obra para Santa Cruz”, afirma. Além das novas intervenções, a casa de oração já tem fundação e espaço reservado para a sacristia.

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Enquanto a igreja não fica pronta, as celebrações ocorrem no auditório da hospedaria. É ali que as sete orações diárias que compõem a liturgia das horas marcam o ritmo contemplativo da vida beneditina. É dali também que as irmãs recebem a comunidade, que há décadas frequenta o mosteiro para retiros espirituais, missas dominicais, meditação, piqueniques e pequenos encontros.

“Somos beneditinas há 1,5 mil anos de tradição. Quando chegamos aqui, há quase 30 anos, a comunidade nos acolheu. Hoje conhecemos filhos e netos das famílias que nos receberam”, conta. Com a nova igreja, as irmãs esperam ampliar esse ambiente de espiritualidade e garantir espaço para rituais que hoje ficam apertados no salão. “A igreja é o coração do mosteiro”, reforça.

A força simbólica da obra se intensifica pela presença da madre fundadora, irmã Paula Ramos, 95 anos, que reside no mosteiro por causa do voto de estabilidade, promessa de viver naquele lugar até o fim da vida. “Criamos vínculos profundos. Caminhamos com as pessoas e elas caminham conosco”, reforça Roberta.

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Turismo

O projeto da igreja é assinado pela Etges Engenharia, de Santa Cruz do Sul. Quando pronta, a edificação terá ainda papel no turismo religioso. “Quem estiver no altar vai se encantar com a vista”, imagina a madre. Além da construção física, a religiosa observa que a estrutura representa um gesto coletivo e espiritual.

Ela lembra ao poder público a necessidade de asfaltamento de Linha Travessa, para facilitar o acesso ao complexo, o que pode ser um diferencial para a região. “Aguardamos o tão prometido asfalto de todos os prefeitos. Para ser um local turístico, essa parte precisa colaborar.”

Quem quiser acompanhar a evolução do trabalho pode seguir as atualizações do mosteiro nas redes sociais (@mosteirodasantissimatrindade) ou entrar em contato diretamente pelo telefone para combinar visitas, doações ou oferecer trabalho voluntário.

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Enquanto a igreja cresce, a rotina continua seguindo seu ciclo de orações, acolhimento e trabalho. Na hospedaria, na pequena loja com artesanato e no bazar de Natal, nas visitas de quem busca silêncio, descanso ou reencontro espiritual. E agora, também, ao redor das paredes recém-erguidas, sinal de que a fé, tijolo por tijolo, segue encontrando morada.

O que falta e como ajudar

Na sequência da obra, resta concluir a alvenaria até a cota final, instalar o telhado, executar as partes elétrica e hidráulica, colocar piso, janelas e, por fim, bancos e acabamentos. A madre evita prazos. “Não temos metas. A gente faz as coisas no tempo de Deus”, diz, mas informa as formas práticas de contribuição. Quem quiser ajudar pode doar valores ao mosteiro ou adquirir vales em lojas de material de construção específicas. Doações também podem ser feitas por Pix (CNPJ: 01.930.164/0001-80). A hospedaria e a lojinha de artesanato do mosteiro colaboram como fonte de recursos.

Entre as ações de arrecadação em andamento está a “rifa dos tijolos”. Com cupons a R$ 10,00, a rifa será sorteada no domingo, 14 de dezembro, durante a missa das 9h30, quando a comunidade costuma se reunir. Para doações, informações e reservas de hospedagem para retiro espiritual, o mosteiro atende pelo telefone: (51) 99141 1456.

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