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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Movidos pelo espanto

Há uma carga emocional muito forte pairando sobre a reta final de 2016. Tantos acontecimentos recentes, próximos ou distantes de nós, carregados de angústia, dor e sentimentos contraditórios, fazem com que muitos apresentem o semblante tão melancólico. Cientes disso, talvez tenhamos de nos manter mais alertas do que nunca, em todas as ocasiões. É a hora de apelar para o máximo de sensatez, resiliência e proatividade, em respeito a cada um.

Basta abrir o jornal, ligar o rádio e a TV ou acessar sites de notícias para ser informado do mais novo caso de violência, da mais nova catástrofe. Em termos psicológicos, isso imprime em cada um tensão, temor, angústia, e por vezes revolta. Não é exatamente a melhor forma de chegar a um período por si só carregado de ansiedade, a virada do ano, momento para refletir sobre o amanhã, o mundo que desejamos construir. Afinal, se há razão para viver e sobreviver (e é claro que há), certamente é para que haja paz e bem-estar, para nós e para os demais, e não o contrário. Contudo, parece que nos especializamos em forjar o apocalipse.

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A cada nova tragédia, a cada novo destempero e inconsequência, e ao vazio que a eles se segue, somos lembrados de nossa pequenez humana. Tão presunçosos, arrogantes, vaidosos; tão apegados ao material, tão ganaciosos e ambiciosos costumamos ser. E, no entanto, por mais tecnologias e recursos que inventemos, por mais conectividade que busquemos, nada nos basta na hora da dor. 

Foi mais uma semana inteira respirando a catástrofe, testemunhando a dor de centenas de famílias. Eis que quando os corpos das vítimas enfim chegaram para o velório coletivo, em Chapecó, não parecia que o céu todo estava chorando? Pelos mortos, pelos enlutados, ou mesmo pelos deslimites humanos. O Brasil inteiro, para não dizer o mundo, viveu a introspecção e a solidariedade. A elas, o que se seguirá?

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É isso. Com tanta perda, tanto vazio, chegamos ao final de 2016 perplexos. E cientes de que é preciso reconstruir a vida, a nós mesmos. E talvez a humanidade toda.

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