Seja por falta de opções condizentes com seu nível de inserção social e suas prováveis limitações financeiras, principalmente, resulta que o brasileiro, em sua maioria, tem na programação televisiva sua mais expressiva opção de lazer.
Mais: considerada sua baixa escolaridade e limitada consciência político-cultural, resta potencializada a respectiva audiência. Simplificando, é presa fácil e refém da banalização.
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Há programas similares em outros canais. Em comum, seus diretores e respectivos anunciantes pouco se importam se alguém interpreta tais programas como casos de abuso e atraso social, e/ ou vulgarização e comércio do corpo e da sexualidade.
A cada edição sucedem-se os escândalos, às vezes objeto de ocorrências policiais e demandas judiciais. Sem contar os efeitos colaterais das aventuras sob os edredons.
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Podemos divergir da programação por vários motivos, mas temos que admitir que há elevada audiência. Que repercute no mundo socioeconômico-cultural. Alguns participantes são (ou se autointitulam) o que modernamente denominam de digital influencer, ou seja, um formador de opinião.
A seu modo, ritmo e estilo, cada um faz o rebolation de suas razões existenciais, ideais artísticos e seus planos de carreira. Em comum, muito hormônio e pouco neurônio. Porém, atendendo a “onda do politicamente correto”, há diversidade de tipos.
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Irônica e contraditoriamente, ainda “ontem”, nas edições anteriores do BBB, d’A Fazenda, de Lucianas, Gugus e Ratinhos, a mesma vovó, os mesmos mamãe e papai, os mesmos vizinhos, comentavam em sonora e indignada voz acerca da “pouca vergonha alheia!”
Mas agora, exceção à regra, trata-se da possibilidade de fama e sucesso, ainda que obscurecendo a antes decantada educação familiar e o senso de pudor. Em suma, toda a nudez (e desfaçatez) não será mais castigada.
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