O escritor uruguaio Eduardo Galeano, se estivesse vivo, teria completado 80 anos nesse dia 3 de setembro. Ele faleceu em 2015, mas, antes disso, escreveu e disse coisas interessantíssimas. Em uma entrevista, certa vez, o escritor afirmou que muitas das pessoas que “se dedicam a atormentar a humanidade”, pessoas más, vivem vidas muito longas, porque falta a elas uma “glândula”, que, na verdade, poucos têm. Esta glândula, segundo Galeano, é a “consciência” e é o que atormenta as noites daqueles que a possuem.
Noites atormentadas por esta “glândula” podem ter sido o que levou uma mulher, de 34 anos, moradora de Venâncio Aires, a confessar, no fim da semana passada, diversos crimes que teria cometido. Ela procurou a delegacia de polícia do município, na noite de quarta-feira, 9, para registrar um furto, do qual teria sido vítima.
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Ela prestou depoimento ao delegado Vinícius Lourenço de Assunção e foi além: ela não apenas vendia drogas, como tinha sido coautora de um roubo à mão armada e de um homicídio, ambos os crimes ocorridos em dezembro de 2019 – o primeiro em Venâncio Aires e o segundo em Candelária.
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Os crimes
A mulher afirma que, na noite de 21 de dezembro de 2019, conheceu um homem e o convenceu a praticar um roubo. Já na madrugada do dia 22, um domingo, os dois teriam abordado um casal que saía de um bar no Centro de Venâncio Aires. Armados com um revólver calibre 38, renderam as vítimas, as agrediram e depois fugiram com o carro delas, além de celulares e dinheiro, em direção à Candelária. Neste município, segundo o depoimento, encontraram dois amigos do homem.
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O roubo que ela afirma ter cometido é investigado pela Delegacia de Polícia de Venâncio Aires e o homicídio pela DP de Candelária. O delegado Schirrmann afirma que o relato da mulher pode ser confirmado pelas vítimas do roubo, que sobreviveram e poderiam identificá-la como autora do crime. Com relação ao homicídio, quem poderia confirmar a versão seriam os amigos da vítima. No entanto, estas pessoas jamais foram identificadas ou se apresentaram à polícia. A investigação sobre o assassinato será continuada e concluída pela delegada que assume a DP de Candelária nesta terça.
A mulher, apesar de ter confessado crimes que podem levar a penas de mais de 20 anos de prisão, está livre. Ela chegou a ser levada ao presídio, quando confessou ser traficante de drogas, mas acabou solta no dia seguinte. Para que fosse presa antes de ser condenada pelos crimes que confessou, os delegados responsáveis pelo inquérito teriam de pedir a prisão preventiva dela. No entanto, pesa em favor da suspeita, nesse sentido, o interesse em colaborar com a investigação.
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