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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Mulheres na magistratura

Inicio dizendo que o que vou contar é verdadeiro, por incrível que possa parecer.

No início dos anos 70 as mulheres já estavam em toda parte. Nas faculdades de medicina, de odonto, engenharia e tantas mais. Na minha turma do Direito da Ufrgs havia um terço de gurias, todas muito estudiosas. Em várias áreas se destacavam: nas rádios, nas TVs, nos jornais, na advocacia, no magistério superior, na política. Mas não tinham acesso à magistratura estadual aqui no Rio Grande do Sul.

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No concurso seguinte ao meu várias mulheres se inscreveram novamente e o assunto foi levado por mais uma vez ao órgão especial do TJRS.  Acontece que o colegiado já tinha uma composição de desembargadores mais jovens, não tão conservadores. Foi fundamental, a meu ver, o fato de uma filha do desembargador César Dias haver se inscrito. Seu nome: Maria Berenice Dias. Aí mudou a cantilena. Houve uma grande discussão interna e a votação mudou, abrindo as portas para as mulheres. Maria Berenice fez uma maravilhosa carreira, foi juíza brilhante, ascendeu ao cargo de desembargadora, hoje está aposentada e é uma famosa escritora e advogada no campo do Direito de Família.

Assim como a pioneira Maria Berenice as mulheres começaram a se destacar, ruindo por terra todas aquelas falácias que eram motivo para os receios já narrados. Muitas se casaram, se separaram, tiveram filhos e ninguém morreu por causa disso. Foram se destacando e hoje, salvo engano, constituem quase 50% no quadro dos magistrados estaduais. As mulheres galgaram todos os cargos, inclusive na Ajuris. Falta apenas uma desembargadora assumir, num momento propício, a Presidência no Tribunal de Justiça.

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