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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Mundo de letras: a hora e a vez de Valesca de Assis

Bastaria mencionar um único livro que marcará para sempre, de maneira amplamente positiva, o nome da escritora Valesca de Assis na cena cultural de Santa Cruz do Sul, sua terra natal. Essa obra é A valsa da medusa, romance de fundação centrado na colonização alemã da região. Foi com ela que Valesca estreou na literatura, em 1989, de forma que contabiliza quase 30 anos de dedicação às letras. 

Da altura dessa vivência, agora curte o estrelato: foi eleita pela Câmara Rio-grandense do Livro (CRL) como patrona da 63ª Feira do Livro de Porto Alegre. O evento iniciou-se na quarta-feira, dia 1º, e prossegue até dia 19, com atividades concentradas na Praça da Alfândega. Em meio a ampla programação, com centenas de escritores convidados, do País e do exterior, Valesca é a anfitriã, representando a literatura do Rio Grande do Sul.

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Ainda que nascida em terra de alemão, por assim dizer, ela vem de um encontro de culturas. Seu pai, Tilly Francisco dos Santos, era de Dom Pedrito, e foi transferido para atuar na Exatoria em Santa Cruz. Na cidade conheceu a futura esposa, Isolde Rech. Casados, mudaram-se para Iraí. E foi de lá que a mãe viajou a Santa Cruz para, junto de sua família, aguardar pelo nascimento da primeira filha. Valesca chegou no dia 14 de outubro de 1945. Acaba de completar 72 anos e recebeu como presente o anúncio da condição de patrona. 

Por conta das andanças de seus pais, Valesca cresceu no Noroeste do Estado, então ainda marcado pela presença indígena. Tem dois irmãos, um residindo em São Paulo e outro em Porto Alegre. Da infância, diz lembrar das visitas aos avós Rech, em Santa Cruz, e dos passeios no antigo Bazar Rex, do tio Fritz, na esquina da Marechal Floriano com a Júlio de Castilhos, de saudosa memória.

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Para resgatar a memória

Em 1985, Luiz Antonio de Assis Brasil idealizou uma oficina de criação literária, que passaria a ministrar na PUCRS, muito prestigiada até hoje por ter revelado sucessivas gerações de novos autores. Valesca, então por volta dos 40 anos, decidiu integrar a primeira turma. A tarefa de conclusão era elaborar uma novela, mas não foi essa a atividade que a projetou de imediato na literatura, e sim a curiosidade em torno da presença alemã em Santa Cruz. Era uma forma de, com pesquisas, elucidar parcela do passado de sua própria família materna. 

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Santa Cruz do Sul, ainda que não tenha crescido na cidade e nem chegado a morar nela, afigura-se como uma paisagem viva e latente em sua memória. Retorna sempre que pode para visitá-la, aceita com gosto convites em eventos literários e já foi escritora homenageada da Feira do Livro local. Em 2016, quando lançou o seu mais recente romance, A ponta do silêncio, também estreou no conto, com Apanhar do chão, pela Editora Gazeta. Agora, projeta de vez sua terra natal no Estado, tornando-se a segunda santa-cruzense a obter essa distinção – Lya Luft foi patrona da 42ª edição, em 1996, por coincidência um ano antes de Assis Brasil. É a hora e a vez de Valesca, para a alegria de seus leitores.

MUNDO DE LETRAS

Com a reportagem sobre a escritora Valesca de Assis, patrona da 63ª Feira do Livro de Porto Alegre, o Magazine inicia uma nova série de matérias especiais, sob o selo “Mundo de Letras”. Ela é dedicada a apresentar aos leitores, com frequência mensal, autores referenciais de Santa Cruz do Sul e da região cuja obra tenha alcançado projeção no Estado e no País. O próximo autor a ser contemplado é o jornalista, escritor de viagens e romancista Airton Ortiz, natural de Rio Pardo e radicado em Porto Alegre.

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