São 91 residentes em um espaço que abrange quartos, refeitório, cozinha, jardim e tudo o que uma casa completa pode oferecer. São 91 idosos em medida de proteção, que foram maltratados ou perderam os vínculos familiares. São 91 pessoas que, assim como a maioria, desejam sentir-se parte de um mundo onde recebem amor, carinho e proteção dos entes queridos. Embora sejam atendidos por toda a equipe da Associação de Auxílio aos Necessitados (Asan), os abrigados, em especial em épocas como fim de ano, partilham um sentimento em comum: a carência.
É nessa época que a fragilidade sentimental impera, e o que mais importa entre o convívio na entidade é alguém que lhes ofereça um ombro amigo. “De Natal, eu queria que alguém me amasse de verdade, sabe? Pode ser como avó, como irmã. Qualquer jeito está bom”, comenta a aposentada Maria Fortes, de 72 anos. “Porém, eu não posso reclamar. Todos me atendem muito bem, mas é diferente. Dá para entender, né?”, questiona. Foi em 2010 que a simpática senhora, acompanhada do filho autista, Paulo Ricardo, se mudou para o asilo. Na época, acabara de perder o marido. Mais tarde, a depressão a impediu de tomar conta da casa e do herdeiro. Por fim, foi parar no hospital e, após três dias internada na UTI, decidiu que era hora de pedir ajuda. “Não fazia mais sentido eu ficar sozinha em casa. Aqui eu me sinto mais segura.”
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