Ainda bem que em Santa Cruz é diferente. Ainda existe o respeito ao Natal. Além disso, a cidade está luminosa e enfeitada. Que maravilhoso trabalho voluntário de tantas senhoras valorosas. Exemplo para nosso País doente. E, para mim, essa atitude representa uma cultura bem nossa de Santa Cruz. Agir, inovar, não esperar que o Poder Público faça tudo. Parabéns, Tereza Cristina, Lia Boettcher e tantas outras.
E o que teria havido em quase todos os outros lugares? Acho que são outros tempos: falta de espiritualidade. Aquele fervor religioso deu lugar a outras atrações. O Natal passou a ser uma “festa” a mais das tantas que existem.
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Aí entro no tormentoso assunto das “datas”. Dia dos Pais: há que tirar pessoas em provecta idade de suas casas, entrar nas filas enormes dos restaurantes, os pobres anciãos tendo uma hipoglicemia, tudo porque seus filhos e netos têm que lhes demonstrar, de modo tonitruante, “seu amor”. Dia das Mães: mais um momento de correr para lá e para cá catando miçangas e tarecos, para evidenciar sua afeição.
Voltemos ao Natal. Me expliquem, por favor, à saúde do que fogos e rojões? Que coisa mais enlouquecedora. Pelo que li nas escrituras, Maria e José eram pobres e seu filho nasceu numa manjedoura. Mas agora há que consultar os oráculos da moda para se saber qual a roupa que melhor se coaduna para esse momento chique. Até as joias e adornos têm que ser de ouro legítimo.
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Sem querer ser irônico demais, mas o sendo assumidamente, creio que os Natais de presépios, de lindas e mansas canções, das celebrações litúrgicas eram mais charmosos, na humildade das decorações, na crença real de que se comemorava o surgimento de um Messias.
E o aniversariante? Aquele que deu início à Cristandade?
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