Em 1919, alguns meses após a gripe espanhola assolar o Brasil, a população voltava às ruas para lavar a alma no que chegou a ser chamado de “carnaval da Ressurreição”. Há um ano, foi no carnaval que os primeiros casos de Covid-19 começaram a se espalhar pelo País, mas parece que ainda estamos bem longe de uma nova festa da redenção.
O tempo de duração é o que talvez mais diferencie as duas pandemias. Apesar do século que as separa, as duas têm muito mais semelhanças do que os avanços sociais e científicos desse período poderiam admitir como razoáveis. É o que argumenta o neurocientista Stevens Rehen, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Instituto D’Or, que publicou nesse sábado, 13, no portal do Estadão, artigo inédito em que faz um paralelo histórico e de saúde pública das duas doenças.