Saúde e Bem-estar

Neuropatia óptica: entenda a doença associada aos casos de intoxicação por metanol em São Paulo

Após os recentes casos de jovens internados em São Paulo devido à ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, acendeu-se um alerta à população sobre os riscos da intoxicação por essa substância altamente nociva. Até o momento, o governo federal confirmou 10 casos e 3 óbitos associados ao envenenamento.

Especialistas destacam que a ingestão de metanol é considerada extremamente perigosa e pode causar neuropatia óptica, doença que leva à cegueira permanente, ao coma ou à morte. Com os primeiros sintomas aparecendo entre 12 e 24 horas, a recomendação médica é ter atenção ao perceber dor de cabeça, dor abdominal, confusão mental, náuseas, vômitos, em especial visão turva repentina ou até cegueira.

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“Nesses casos de intoxicação por ingestão de metanol, as primeiras horas são fundamentais para o tratamento da neuropatia óptica. Os sintomas surgem após 12 horas e é fundamental que o paciente, ao perceber sinais diferentes, busque um médico oftalmologista”, contextualiza Marcela Bordaberry, oftalmologista do Hospital Banco de Olhos São Pietro. “No entanto, precisamos falar da gravidade do quadro para a saúde ocular, sendo pouco provável uma reversão da cegueira quando a pessoa começa a sentir problemas na visão”, completa.

Entre os casos confirmados, o paciente Diogo Marques relatou que, após ingerir gin adulterado com energético, acordou sem enxergar nada, com fortes dores de cabeça e ficou internado; três dias depois, exames confirmaram a presença de metanol em seu sangue. No caso de Radharani Domingos, ela foi para a UTI, teve convulsões, precisou ser intubada e teve a cegueira permanente confirmada depois de beber três caipirinhas de frutas vermelhas com maracujá e vodca.

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“Pela gravidade da doença, trabalhamos com três focos: primeiro a vida, depois o órgão e, por último, a função. Por mais que haja sintomas de perda de visão, a prioridade é o atendimento de um médico intensivista para salvar o paciente. Após, entram os esforços para manter o órgão e depois o objetivo volta para verificar a função da visão da pessoa”, explica Marcela.

O metanol, álcool utilizado na indústria para a produção de solventes e outros produtos químicos, ao ser metabolizado pelo organismo, gera compostos tóxicos, como o ácido fórmico, que podem afetar diversos órgãos e comprometer gravemente a visão. No caso da neuropatia óptica, o problema ocorre no nervo óptico e na retina, podendo causar perda de visão permanente.

“O nervo óptico necessita de muito oxigênio para seu funcionamento, e suas células demandam mais energia do que o fígado, por exemplo. Isso influencia em casos de intoxicação por metanol, todos os tratamentos para a doença chegam tarde ao nervo óptico. Todo procedimento, por mais rápido que seja, dificilmente reverte essa situação”, contextualiza a médica.

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Karoline Rosa

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Karoline Rosa

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