No meio da manhã, Fernando da Silva Potter chegou apressado à coordenação do Albergue Municipal de Santa Cruz do Sul. Estava animado, tanto que até ameaçou dar um abraço na primeira pessoa que encontrou no corredor, mas logo recuou, ao lembrar dos cuidados em tempos de pandemia. “Pessoal, consegui um emprego”, gritou.
Aos 31 anos, e na instituição há quase dois meses, há dias ele comentava com os colegas de albergado que aguardava um telefonema, mas estava quase desistindo, por compreender que, no estágio atual da pandemia, a oportunidade custaria a aparecer. “Tenho experiência em pintura automotiva e isso fez a diferença em conseguir uma vaga numa coisa que gosto de fazer”, afirmou.
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O casal Isaías de Quadros, de 35 anos, e Rosimeri dos Santos, 49, também aguarda uma oportunidade. “Eu posso trabalhar como doméstica ou auxiliar de serviços gerais, só quero que me chamem pra trabalhar e ganhar meu dinheirinho”, disse. Isaías também quer atuar na área que entende. “Tenho experiência na construção civil e no serviço de vigilância”, contou.
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Retornar ao convívio familiar também é um trabalho desenvolvido pelos profissionais da entidade. “Em muitos casos as pessoas têm conflitos na família e acabam vindo para cá. Mas nosso trabalho é avaliar o que aconteceu e tentar reinseri-los no meio familiar”, disse Marliza.
Esta estratégia de abordagem faz parte do projeto Construindo Pontes com Minha Família. Foi o que ocorreu com o senhor Noé Francisco Escobar, de 71 anos. “Eu queria muito voltar pra casa e agora estou feliz por estar aqui”, relatou.