Relativamente ao que se denomina de “campo da esquerda” está caracterizada uma desorientação e desarticulação ideológica. Fica clara a necessidade de reconstrução de objetivos e discursos. Para muito além do atual e juvenil “mimimi conspiratório”.
Desde o escândalo do mensalão ficara evidente a necessidade de uma séria e profunda autocrítica. Porém, especialmente nas esferas diretivas petistas, a tese da autocrítica não prosperou. Predominou e permaneceu o entendimento de que a realização de uma autocrítica significaria legitimar e fortalecer o discurso dos adversários.
Mas a necessidade de uma autocrítica não seria apenas porque surgiram sinais e casos de corrupção governamental, mas também em relação aos rumos e as opções de gestão.
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Um exemplo grave e inesquecível foi a saída do ex-governador Olívio Dutra do Ministério da Cidades. Fora substituído por Márcio Fortes (PP-RJ), indicado e recomendado pelo então presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE). Severino, lembra? Renunciou devido a atos de corrupção!
Nada mais simbólico e negativo acerca do espectro e caráter dos acordos firmados por Lula. Evidentemente, ninguém ousou desafiar o chefe. Nem no PT, nem nos demais partidos aliados.
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Com medidas populistas e “mesadas” aos dirigentes partidários e parlamentares, a gastança estatal resultou em enriquecimento dos que já eram ricos e corrupção generalizada (vide petrolão e empreiteiras). A tentativa “de perpetuação no poder e ideologização de tudo” foi catastrófica.
Outro ingrediente que comprometeu socialmente as gestões petistas foi a relação com o MST. O que na origem era (e ainda é) uma séria demanda social se transformou num lastimável aparelho de perturbação da ordem e destruição do patrimônio alheio, o sempre disponível e inimputável “exército de Stédile”.
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Não à toa históricos e atuantes nomes da esquerda se afastaram desde os primeiros escândalos. Afinal, a história rotineiramente ensina, alerta e faz ver. Mas precisa querer ver!