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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

No tempo do cheque

“Uso de cheques no Brasil cai 93% desde 1995” foi a manchete da página 13 do Jornal do Comércio, de Porto Alegre, do último dia 17, segunda-feira. O comparativo é resultado de levantamento realizado pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).

O cheque foi um símbolo da minha geração. Nasci em 1960 e, nos meus tempos de guri, ostentar um talão de cheques era sinal de status. Lembro do tempo em que o correntista “pé de chinelo” – como eu, de “poucas posses” – tinha direito a apenas um talonário por mês.

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– Pai, se tu não tem dinheiro, dá um cheque!

Para eles, parecia muito fácil, não é? Na concepção da gurizada, bastava preencher algumas linhas com valor – resumido e por extenso –, apor local, data e assinar, garantindo a transação financeira. Simples assim!

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Isso acontecia ao conferir os pequenos “canhotos” onde se anotava os valores, a finalidade da despesa e a data do gasto. Um filme passava na cabeça, seguido de uma inevitável sensação de pesar que tomava conta do correntista.
Embalado por uma cerveja a mais ou extasiado pela companhia atraente, os gastos iam além do bom senso, extrapolando o quesito “despesas”, que comprometia o orçamento mensal.

Hoje em dia, ainda mantenho um talão de cheques, com poucas folhas, renovado a cada dois ou três meses. O asilo e a creche a quem ajudo só aceitam esse “auxílio por escrito”. Na era digital, basta passar no caixa automático para imprimir a quantidade de folhas necessárias. Algo impensável nos meus tempos de piá. No início de cada mês, um cobrador passa aqui em casa para recolher a folha, que vai perdendo espaço para novas modalidades de pagamento.

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Na era dos aplicativos, da onipresença da inteligência artificial, do Pix e de tantas ferramentas, o cheque se mantém como símbolo de uma época. Eram tempos em que o contato pessoal e quase diário, mantido entre correntista e bancário, forjou inúmeras amizades. Algumas perduram até hoje.

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