No dia em que a enchente histórica que devastou o Vale do Rio Pardo completa um ano, nesta quarta-feira, 30 de abril, a Rádio Gazeta 107,9 FM voltou a Sinimbu, um dos municípios mais atingidos, para apresentar de lá o programa Estúdio Interativo. A equipe recebeu a ex-prefeita Sandra Backes, que relembrou os momentos de angústia vividos naqueles dias e o processo de reconstrução.
Ela cita a madrugada do dia 29 para o dia 30 de abril, quando as águas começaram a subir após horas de chuva intensa. “Nós sabíamos que ia dar uma enchente, mas não sabíamos o tamanho do estrago, da tragédia. Naquela madrugada, nós recebíamos mensagens de pessoas de Boqueirão do Leão, de Gramado Xavier, onde o volume de água era muito grande e essa água estava por descer. Mas nós não imaginávamos que ia levar todas as pontes, muitos morros que desceram e levaram muitas árvores. Quando isso estourou, aconteceu o pior”, relembra Sandra.
ASSISTA: VÍDEO: Gazeta transmite Estúdio Interativo de Sinimbu após um ano da enchente
Publicidade
“Ao relembrar tudo isso, a gente sabe que nós não tínhamos outra escolha a não ser sermos fortes e encararmos essa realidade que estava aí e que nós tínhamos que dar condições novamente de reestruturar a nossa cidade”, conta. A ex-prefeita, à época ainda chefe do Executivo, comandou uma força-tarefa para ajudar aqueles que foram atingidos. Equipes de apoio foram mobilizadas para acolher quem estava desabrigado. Contudo, a cidade acabou ficando isolada, sem acesso para outras localidades.
“Nós tínhamos um grupo que estava abrigando as pessoas; mas também, paralelamente, nós estávamos já em contatos com outros municípios, com outros órgãos, para ver como nós poderíamos reagir, quais seriam as melhores maneiras de captar recursos”, cita a ex-prefeita. Segundo ela, o grito de socorro do município ecoou por todo o país, atraindo diversas iniciativas de ajuda e solidariedade. Ainda nos primeiros dias, contaram com o apoio da Defesa Civil de Minas Gerais. Sandra Backes também relembra o auxílio de empresas como a JTI, que se colocou à disposição para auxiliar na reconstrução das pontes destruídas; e órgãos como a Emater, que prestou ajuda aos agricultores do município, que respondem por cerca de 85% da economia local.
LEIA TAMBÉM: VÍDEO: um ano após a enchente, lavouras afetadas dão sinais de recuperação
Publicidade
Ela diz ficar emocionada ao ver a corrente de ajuda que se iniciou. “Não foi fácil, mas hoje nós vemos a nossa cidade e o nosso comércio fortes. Nossas pessoas são guerreiras e são muito fortes. Quando a gente soube que não estava sozinho nesse momento tão difícil, isso fez também com que nós pudéssemos nos animar novamente e erguido a cabeça e ir em frente”.
Para recuperar os danos, Sandra cita projetos encaminhados pelo Executivo que criaram programas de incentivo à população atingida, principalmente agricultores. Também lembra que a Prefeitura havia colocado dez pontes para licitação com o objetivo de serem reconstruídas, mas ainda assim isso trouxe dificuldades. Uma das empresas acabou desistindo de fazer o serviço em quatro pontes.
Sandra Backes ressaltou que a enchente jamais será esquecida pelos sinimbuenses. “Esse dia 30 de abril vai ficar marcado na nossa memória para sempre. Queríamos que não tivesse sido dessa forma, termos perdido nossa cidade, nosso interior, nossas pontes, muitas casas, muitas pessoas que ainda estão esperando por moradia… Mas eu sempre digo que Deus nos deu a sabedoria de olharmos para a frente. E quanto mais nós relembrarmos aquilo que nós passamos, mais dolorido é. Então, que isso sirva de lição para todos nós, que nós saibamos cuidar muito mais do nosso meio ambiente, que nós possamos deixar esse legado para as nossas pessoas, principalmente para as nossas crianças, para os nossos alunos e mostrar para eles o quanto nós somos fortes e guerreiros nessa reconstrução”, destaca.
Publicidade
Colaboraram Carina Weber, Lucas Malheiros e Marcio Souza
LEIA AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS DO PORTAL GAZ
Publicidade
This website uses cookies.