Novo projeto em Herveiras valoriza a memória e a identidade cultural

O primeiro dia de dezembro trouxe um presente especial para os moradores de Herveiras. Na ocasião, Aline Palhano de Siqueira Voese e a prima Bianca Siqueira realizaram o lançamento do projeto “Resgate da história do município de Herveiras”, que objetiva a preservação e a valorização da identidade cultural do território. O início dos trabalhos foi oficializado nessa segunda-feira, 1º, durante a sessão ordinária da Câmara de Vereadores, e contou com a participação da comunidade.

De acordo com Aline, que atua como professora de língua portuguesa na rede municipal, a ideia nasceu de uma atividade desenvolvida na própria escola. “Neste ano Herveiras completa 30 anos de emancipação. Então convidei a comissão emancipadora, incluindo meu pai, Valdir Palhano de Siqueira, para fazer o relato dessa trajetória aos estudantes”, conta. Segundo ela, a partir das narrativas, surgiu o desejo de levar o tema adiante.

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“Eles falaram sobre essa aventura e o quão difícil foi. Naquela época não tinha asfalto, não tinha internet. Acesso a telefone também era muito difícil. Chegaram a ir 27 vezes a Porto Alegre. As pessoas se emocionaram e eu disse: essa história não pode ficar assim.” A partir daquele momento, Aline lembrou dos trabalhos acadêmicos desenvolvidos por Bianca, durante a graduação no curso de História e no mestrado em Desenvolvimento Regional, ambos da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).

Segundo a historiadora, a inquietação surgiu na época da faculdade. “Todos falavam da história do seu lugar, das suas coisas. E eu pensava: de onde é que eu venho? Quando chegou o trabalho de conclusão de curso (TCC), decidi que iria trabalhar sobre isso”. Uma das principais fontes para a construção do documento foi a tia, e mãe de Aline, a professora Rosane de Fátima Santos de Siqueira, que possuía um acervo significativo.

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“Nós temos muitos materiais, inclusive recortes do jornal Gazeta do Sul. E isso tudo precisa ter um tratamento específico e estar ao alcance do público”, afirma Aline. Para isso, durante o projeto também serão realizadas reuniões nas localidades, para mobilizar a participação dos moradores. O cronograma, conforme lembra Bianca, vai ocorrer dentro de dois anos e meio, em parceria com a Unisc.

A partir dos levantamentos e buscas de registros, documentos e objetos históricos, a ideia é propor a criação de um museu municipal. “Temos alguns prédios históricos na cidade. Nossa proposta é que sejam preservados e restaurados, e que algum deles possa abrigar tudo isso”, diz Aline. Bianca complementa: “Até então, ninguém tinha tido a coragem de tomar essa iniciativa. E agora a ação ficou muito mais potente porque vamos trabalhar com a metodologia de participação. Pertencer, falar sobre como foi se ver nessa história. Faz a diferença quando é alguém que conta a partir da sua visão”.

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