“Nunca volto igual de uma pauta”: a essência de Heloísa Poll no jornalismo

Há quem diga que cada pessoa é feita das histórias que vive. No caso da santa-cruzense Heloísa Letícia Poll, de 37 anos, são também as narrativas que conta. Ainda criança, sonhava em cursar medicina veterinária, até ser desencorajada por um vídeo de um procedimento cirúrgico. A partir daí, Heloísa decidiu seguir suas afinidades. O gosto pela escrita e pela fotografia, aliado à curiosidade e ao prazer de contar histórias, foi determinante para a escolha do jornalismo como profissão.

Em 2010, formou-se em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Ainda na graduação, atuou na extinta Secretaria de Pós-Graduação e Extensão (SPGE), foi secretária do colunista social Ike, da Gazeta do Sul, e teve uma breve passagem pela assessoria de comunicação do Hospital Santa Cruz (HSC). Depois de formada, trabalhou por três anos na Editora Gazeta.

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Sua trajetória inclui, ainda, experiências na assessoria da Escola de Educação Básica Educar-se, em outros eventos e assessorias, além de ter sido apresentadora e repórter do antigo programa de televisão local Trocando Ideias TV. Hoje, além de atuar como copywriter, voltou à redação do jornal Gazeta do Sul, onde já havia trabalhado. Para Heloísa, a reportagem é a área que mais a realiza, justamente por permitir escrever histórias, conhecer novos lugares e ampliar visões de mundo.

Com 15 anos de experiência no jornalismo, Heloísa considera difícil escolher apenas um momento marcante da carreira. Para ela, cada pauta traz aprendizados e inspirações. “Eu nunca volto igual de uma pauta”, afirma.

A vida que inspira a escrita

Além de jornalista, Heloísa também é escritora. A escrita sempre esteve presente em sua vida como forma de expressão e companhia em momentos de silêncio. Por isso, sempre adorou as aulas de português e escrever relatórios de viagens. “Algumas coisas simplesmente nascem com a gente. É assim que me sinto em relação à escrita”, comenta.

Em 2023, publicou seu primeiro livro, Agora vai!, pela Editora Vírtua. A obra reúne crônicas escritas ao longo de uma década, muitas delas compartilhadas nas redes sociais. Para Heloísa, a experiência foi ainda mais significativa por ter contado com a presença de suas avós, Erica Clarice Neitzke e Lydia Amália Poll. “A vida me inspira, as pequenas coisas e histórias de superação. Acredito que tudo depende do nosso olhar sobre aquilo que acontece”, reflete.

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A bagagem literária lhe rendeu o convite para ser patrona da Feira do Livro de Vera Cruz em 2025, município onde reside. A escolha foi recebida com surpresa e emoção. Mesmo após o término da feira, ela continua sentindo a repercussão, reforçando o vínculo com a comunidade.

Para Heloísa, literatura e feiras do livro são encontros transformadores. Nesse sentido, acredita que as feiras vão além da formação de leitores, pois funcionam como “livros abertos”, com palestras, encenações e conversas que promovem trocas e reflexões. Às novas gerações, deixa o desejo de que explorem as facilidades do digital sem perder a magia de folhear páginas ao lado de um café ou à sombra de uma árvore.

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Ao falar de conselhos para jovens que desejam seguir como jornalistas e escritores, Heloísa ressalta que os sonhos merecem ser vividos. “Façam sempre o seu melhor. Procurem vivenciar essas carreiras para sentir as dores e as alegrias. Se estão em outra área e desejam migrar, planejem e façam acontecer”, aconselha. 

Vida intensa, propósito maior

Além de jornalista e escritora, Heloísa também se dedica à venda de produtos e tem um empreendimento junto ao pai, o Sítio do Vô Germano, em Rincão da Serra, interior de Vera Cruz. Ela afirma que a rotina é cheia de compromissos, mas procura conduzir cada tarefa com dedicação. Prefere não revelar os planos para o futuro, optando por trabalhar em silêncio. Entretanto, adianta que novidades devem vir em breve.

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