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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

O amigo do homem da sepultura com capacete

Dias atrás recebi um telefonema do escritor Mauro Klafke, uma das principais referências da nossa literatura regional. Para minha modesta alegria, o professor Mauro ligou para contar que havia lido e – que alívio! – gostado do meu último livro, O homem da sepultura com capacete – uma história inspirada em fatos reais (Editora Gazeta, 2020). Revelou ter ficado bastante impressionado, particularmente, com o rabugento Madakal, um dos personagens que povoam a narrativa. Observou que o Madakal é uma daquelas figuras que, no que têm de pitorescas, mantêm-se vivas na memória dos mais antigos.

O Madakal, cumpre citar, é um personagem de verdade, que realmente viveu em Sinimbu na década de 1930. Alemão, havia lutado na Primeira Guerra Mundial e imigrara para o Brasil ao final do conflito. Seu nome era Karl Mader, mas costumada ser chamado pelo nome invertido, Mader Karl – ou Madakal, conforme o povo falava à época. Faleceu em 22 de setembro de 1940, aos 63 anos, e está sepultado no Cemitério Católico de Sinimbu. Em sua lápide foi esculpida uma caravela, em referência às suas aventuras mundo afora. Uma foto dessa sepultura pode ser conferida no meu livro.

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Diferente de Schreiner, um tipo caladão e avesso a encrencas, Mader era um sujeito rabugento e de cabeça quente, segundo descreveram-me antigos moradores de Sinimbu. Barbudão e desleixado com a aparência, vivia em um galpão que também servia-lhe de oficina. Alçado ao status de figura folclórica de Sinimbu, era o alvo predileto das traquinagens dos meninos da vila, que ao toparem com ele pelas ruas corriam aos gritos.

– Lá vem o Madakal, lá vem o Madakal!

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– Lá vem o Madakal, lá vem o Madakal!

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Lá em casa a história de Mader também causou sensação. A Yasmin, que gosta de bancar a adulta – preparando receitas e discutindo sobre alguns mistérios do universo –, não intimidou-se com o livro e logo tratou de aventurar-se na leitura. Mas achou uma coisa estranha. 

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E fez uma descrição do pitoresco personagem à irmã mais nova, Ágatha. Esta, contudo, não demonstrou estranheza com o que ouviu.

 – Acho que conheço ele – comentou. – Passou um tipo assim dias atrás aqui pela rua… Acho que era ele.

Mas as duas ficaram bem impressionadas com as traquinagens impostas ao Madakal – o que tem me deixado preocupado. Meu medo é que tentem reproduzir, lá em casa, as marotices dos moleques da antiga Sinimbu.

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Para quem se interessou pela história de Carl Schreiner e do amigo Madakal, mas ainda não garantiu seu exemplar, preciso deixar um alerta: as edições estão se esgotando rápido e convém se apressar. Aqui na Gazeta o livro pode ser adquirido na Casa de Clientes com desconto para assinantes – de R$ 30,00 por R$ 25,00. A obra também está à disposição na Iluminura e na Banca. Em Sinimbu, pode ser adquirida na Farmácia Sinimbu ou com o amigo Valdir Kappel, representante da Gazeta do Sul. Em Vera Cruz, está à venda na Sucursal Gazeta. Boa leitura!

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