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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

O desafio da profissão

Especialistas dizem que muitos pais têm a tendência de transferir suas frustrações aos filhos. E que isso é mais evidente na escolha da profissão. Argumentam que há um direcionamento para que os herdeiros sigam a trajetória paterna/materna. Muitas vezes isso acontece até de maneira inconsciente, fruto da nossa experiência em determinado segmento.

Essa propensão também provoca muitos conflitos quando não há compreensão mútua. Pertenço a uma geração que desconhecia o que chamo de “direito à réplica” com os pais. Não havia sugestões, apenas ordens e a nós, crianças e jovens nascidos na década de 60 e anteriores, restava obedecer sem objeções.

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Conformado com o fato de que minha vocação estava longe dos negócios, o velho Giba queria me transformar em funcionário do Banco do Brasil. Fiz dois cursinhos preparatórios. Estudava em São Leopoldo, na Unisinos, até o meio-dia de sábado, viajava duas horas até Lajeado e estudava das 14 às 19 horas. Prestei dois concursos e sabotei ambos ao errar propositalmente as poucas questões cujas respostas sabia.

Foram tempos duros em que meu pai insistia para que tivesse “uma profissão com futuro” porque via no jornalismo um mercado difícil. Pressionado, tive consciência de que era preciso ser ao menos razoável na profissão escolhida. Por ironia, tornou-se colunista de jornal e comentarista político de rádio em períodos eleitorais. Na minha casa, de quatro pessoas, apenas minha filha não é jornalista. Imagino a pressão que sentiu. Não bastasse a tentativa inconsciente de direcionar os filhos, ela sofre como “exceção” familiar.

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Não é fácil ficar alheio, mas é preciso resistir à tentação de influenciar excessivamente, sob pena de condicionar uma opção que pode gerar desgosto, frustração e desencantamento. O bom senso, como sempre, está no equilíbrio. Saudável, mas nem sempre fácil.

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