Redijo estas mal traçadas linhas na luminosa manhã de quarta-feira, 13 de agosto, ou seja, há dois dias. Ao contrário dos últimos dias, o clima mostra-se ameno – apesar da baixa temperatura. É um panorama climático bastante diferente da neblina somada à umidade e ao ar frio massacrante que caracteriza o inverno gaudério de 2025.
Com chimarrão cevado no capricho, rádio ligado, olho na sacada para vislumbrar o céu róseo que prenuncia o nascer do sol, busco os jornais do dia na caixa postal. Antes que me acusem, digo que concordo que são “hábitos de velho”. Mas, aos 65 anos, é perfeitamente compreensível, não é mesmo?
No alto da capa de um dos principais jornais, chama a minha atenção três das quatro manchetes produzidas a partir de conteúdos produzidos por colunistas:
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1) “Governo vê janela para regrar plataformas”;
2) “Prevenção deve começar dentro de casa” e
3) “O autismo é mais do que um trending topic”.
Esses são os títulos que ilustram a primeira página do diário de maior repercussão do Rio Grande do Sul.
Impressionam a quantidade e a frequência de crimes cometidos contra nossas crianças todos os dias, em especial em nosso Estado. Com esse mesmo teor, pouco mais cedo, ouvi em uma emissora de rádio a manchete que tratava da prisão de uma mulher acusada de jogar o filho – um recém-nascido – em um açude numa cidade do interior.
Desculpem trazer a este espaço nobre um tema tão pesado. Especialmente porque hoje, uma das expressões mais usadas pelas pessoas é “sextou!”, para definir o início do final de semana de folga, confraternizações e festa.
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Impressiona a frequência com que crimes contra menores são cometidos por pessoas próximas, característica que marca os delitos registrados no ambiente doméstico/familiar. Chama ainda mais a atenção esse tipo de transgressão porque dispomos de uma ampla rede de apoio e proteção para nossas crianças.
É um cenário bastante diferente de outros tempos em que os menores estavam entregues à própria sorte. Não havia Conselhos Tutelares, departamentos policiais especializados, Estatuto da Criança e do Adolescente, nem peritos oficiais, experts em instalar dispositivos de controle de conteúdos da internet da gurizada.
A proliferação de vídeos com conteúdos que promovem a chamada “adultização de menores” tornou-se a epidemia do mundo moderno. É um desafio que tira o sono de pais, educadores e responsáveis. É de difícil combate porque prolifera nas sobras de uma tecnologia avançada que só agora começa a ser desvendada.
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São novos tempos que trazem desafios inéditos. Maternidade e paternidade exigem, mais do que nunca, presença, participação e interesse para conhecer hábitos, amigos e o comportamento de nossos filhos. É um cotidiano de estresse e preocupação permanentes.
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