Reuters/Carlos Barria
A estrutura política mundial forma-se a partir da riqueza dos países. Alguns têm muito dinheiro; outros, gente em demasia; há os que são referências globais em recursos naturais; ao mesmo tempo, existem os que padecem sob uma série de chagas, em que falta moeda, infraestrutura e o chão nada produz, tamanha aridez. Em meio a essas desigualdades, surgem personagens que se destacam por suas ações ou cargos aos quais foram eleitos. Um exemplo é o bilionário Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos.
Ser alçado ao título “homem mais poderoso do mundo” parece ter afetado a sua coerência. Com uma abordagem diferente da ideia liberal de livre comércio, ele adotou medidas progressistas ao extremo, como o exagero de protecionismo da produção local. Não está equivocado em defender a geração de emprego e renda dentro de seu país, mas se distancia demasiadamente da tradição norte-americana de defender o desenvolvimento da economia mundial.
Trump, no entanto, vai além de tomar medidas que possam garantir a retomada econômica norte-americana. Estabelece, em âmbito interno, uma série de cortinas de fumaça – como os anúncios da vontade de anexar o Canadá e a Groenlândia – com o intuito de dar seguimento ao seu projeto de governo; e na relação exterior, cria uma sequência de inimizades ao aumentar as taxas de importação de praticamente todos os países do mundo. Em alguns casos, motivado por interesses políticos, de forma quixotesca.
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O presidente dos EUA, ao definir 50% de tarifa sobre os produtos brasileiros, dá a entender que o Brasil é inimigo do Tio Sam, quando, na verdade, sempre foi aliado de primeira linha – até exageradamente submisso, na toada de manda quem pode, obedece quem tem juízo. Parece não entender que é o Brasil “apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no bolso, sem parentes importantes e vindo do interior”.
E, diante do egocentrismo do topetudo que administra a Casa Branca, no momento em que entende que tudo pode para prejudicar o desenvolvimento da economia, é preciso alguém mostrar para ele, que a história conta – e os Novos Baianos cantaram: “o Tio Sam está querendo conhecer a nossa batucada; anda dizendo que o molho da baiana melhorou seu prato”.
Enquanto não muda o perfil agressivo com o planeta, pode até alimentar o sonho americano, mas acaba com aqueles que tiveram “um sonho de ir pra Nova Iorque, levar a namorada, fazer seu caminhão voar nas nuvens”. Da forma como está, o caminhão atola na lama da politicagem internacional e é sepultado o grito carnavalesco: “Liberdade, liberdade! Abra as asas sobre nós. E que a voz da igualdade seja sempre a nossa voz”.
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