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O endividamento das famílias brasileiras

No ano de 2021, o endividamento das famílias brasileiras chegou a quase 71%, maior índice já registrado no Brasil. Comparado ao ano anterior, houve aumento de 4,4 pontos percentuais. Os números são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

Apesar de já ser alto, a verdade é que o percentual de famílias endividadas deve ser ainda maior, levando em conta que a pesquisa não capta as pessoas que não têm contas em bancos. Além disso, as pessoas não consideram como dívidas o consumo de energia elétrica, gás ou água ou, mesmo, a compra com o cartão de crédito etc., enquanto ainda não foram apresentadas as respectivas faturas. Como explica a economista e pesquisadora da CNC, Izis Ferreira, o endividamento é todo e qualquer compromisso financeiro do futuro, como cartão de crédito, empréstimos, contas de água e luz, condomínio, prestações, etc. Já a inadimplência ocorre quando o consumidor possui dívidas em atraso.

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Mesmo quem não perdeu o emprego ou, a duras penas, manteve a atividade autônoma durante o período mais agudo da pandemia, não consegue reposição salarial ou reajuste de serviços em linha com a inflação. De acordo com Guilherme Moreira, economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), “em três anos, perdemos 21% do poder de compra.” Há  três anos, a inflação já vinha se manifestando, no Brasil, principalmente com os itens de alimentação. Em meados do ano passado, os aumentos dos combustíveis e conta de luz se juntaram aos alimentos e fizeram a inflação subir de patamar, em função da alta do dólar e utilização de energia elétrica geradas por usinas termelétricas, muito mais cara, devido à redução da oferta de hidrelétricas, prejudicadas pela falta de chuvas.

Com a guerra da Rússia contra a Ucrânia, em função da globalização, os efeitos econômicos são percebidos em quase todos os países, inclusive no Brasil, extrapolando os preços de alguns produtos. Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha são alguns dos países que estão tendo inflação não sentida há muitos anos, embora menor que a do Brasil.

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Os mutirões de renegociação de dívidas, realizados há alguns anos, têm resolvido o problema pontual de milhares de consumidores, mas não tem evitado que 60% deles voltem a se endividar novamente, em, no máximo, dois anos. O fato é que se criou um conceito negativo para o endividamento. Dívidas não deveriam ser um problema, pelo contrário, são dádivas para realizar sonhos. Por exemplo, poucas pessoas teriam dinheiro suficiente para comprar à vista uma casa própria ou uma moto, quem dirá itens de menor valor, como móveis, eletrodomésticos, etc. A dívida do financiamento é a forma de realizar um sonho.

Aliás, todo mundo tem dividas: o Governo Federal, quando vende títulos públicos, assume uma dívida com investidores; da mesma forma, os bancos que recebem para investimento o dinheiro de clientes; o consumidor que compra para pagamento com o cartão de crédito, boleto, carnês ou ainda o cheque pré. Mesmo a pessoa que diz comprar tudo à vista, também tem dívidas: enquanto ela vai usando energia elétrica, por exemplo, ela está constituindo uma dívida com a distribuidora; ou, então, morando num edifício ou condomínio fechado de casas, está incorrendo em despesas comuns que, em algum momento, vão gerar algum documento de cobrança.

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