Há circunstâncias coincidentes em que sua repetição passa a ser elucidativa acerca de nossa mesmice político-governamental. Afinal, temos uma histórica prática de irresponsabilidade fiscal e orçamentária. Razões pelas quais sempre recorremos aos agentes financeiros e nunca paramos de aumentar a dívida pública.
Entre os exemplos negativos mais recentes e simbólicos, relembre-se o governo Dilma. Com vistas a sua reeleição, patrocinou uma série de intervenções em serviços públicos e empresas estatais, o que provocou graves estragos e desestabilizou a economia. Entre tais ações podemos destacar a redução forçada das taxas de juros. O que gerou descontrole e expansão insustentável do crédito, resultando em aumento do nível de inadimplência.
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Já o represamento artificial de preços de combustíveis, energia elétrica e transportes públicos – impedindo seu reajuste a pretexto de conter a inflação e favorecer a população – provocou grave distorção nos preços relativos da economia, além de gerar um ambiente desfavorável a novos investimentos e desacreditar as próprias políticas fiscais do governo.
Agora, Lula III repete a mesma e sedutora ladainha. Pior. Excomunga o atual presidente do Banco Central e afirma a inutilidade dos livros de economia. Frasista incontrolável e soberbo, Lula joga para sua torcida organizada. Afinal, sabe que não existe magia em economia. Nem decreto e nem lei divina mudam seus princípios de funcionamento.
Lula também sabe que se um cidadão atrasa ou não paga suas obrigações, ou o próprio governo mantém dívidas astronômicas, ambos (leia-se, apenas o cidadão!) pagarão por isso através de tributos crescentes e financiamentos a taxas de juros igualmente crescentes.
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Assim como também sabe que a má administração do orçamento público, a exemplo do gasto para além da receita prevista, gera deficits e endividamento. Consequentemente, a geração e venda de mais e mais títulos públicos. E que são títulos que determinam e ensejam compradores, que almejam ganho financeiro. E que o resultado desse viciado processo é o aumento da dívida pública, da inflação, do desemprego e a queda de investimentos.
Embora tenha tentado ridicularizar os livros de economia, Lula também sabe que os princípios básicos da regência da economia e do poder de uma moeda nacional se baseiam na sua credibilidade e na confiança. E que a manutenção desses requisitos é tarefa do governante. Ou será que Lula ainda não sabe, apesar de já estar no terceiro mandato?
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