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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

O leopardo

Ativista político-partidário, participei e acompanhei todas as eleições desde 1978, direta e indiretamente. Observação: há um sentimento comum e duradouro de rejeição popular em relação às atividades políticas.

O comentário mais recorrente que ouvia era e é o seguinte: “É tudo igual mesmo. Melhor deixar o cachorro gordo no poder do que colocar um magro. Vai custar caro engordar outro!”.

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Razões e exemplos não faltam. A histórica sucessão de escândalos e inoperância estatal permite óbvias constatações. E o que sabemos é apenas a ponta de um enorme iceberg denominado estado brasileiro, um gigante fora de controle público.

Predomina o império da omissão e do “vou me dar bem!”, sem radicais consequências persecutórias administrativas e penais. O espírito do saque ao dinheiro público é uma epidemia nacional.

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Resulta que o povo não se sente representado. É forte o sentimento de indiferença e apatia. Ironicamente, sempre transparece que toda retórica e pregação de mudança são um teatro, um faz-de-conta cujo objetivo é que nada mude.
Lembra muito a obra literária de Giuseppe Tomasi di Lampedusa (1896-1957), Il Gattopardo (o leopardo) – sobre a iminência do fim da aristocracia siciliana – cuja expressão máxima diz: “Se queremos que tudo fique como está, é preciso que tudo mude”.

Mas há outra frase simbólica: “Nós fomos os Leopardos, os Leões; quem nos substituirá serão os pequenos chacais, as hienas; e todos – leopardos, chacais e ovelhas – continuaremos a acreditar que somos o sal da terra.”

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Em tempos de Lava Jato e demais operações policiais-judiciais, a dimensão e sucessão dos escândalos dão razão ao povo. Mas, em contrapartida, outra observação é certa e inevitável. O povo pode ter todas as razões e motivos para se revoltar, criticar e negar a política. Mas não será a ausência no dia da eleição, os votos nulos e  brancos que ajudarão a resolver essa questão. E nem votando em candidatos populistas, figuras folclóricas e milagreiros de plantão.   

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