ads1 ads2
GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

O muro da decepção

Por diversas vias, os Estados Unidos tornam-se referência na rotina de qualquer cidadão, de qualquer idade e de qualquer lugar do planeta. Desde que, ali pelos 10 anos, mergulhei nos gibis do Tex, paisagens norte-americanas foram se descortinando diante de meu olhar. Cruzando as pradarias ao lado de Tex e de seus companheiros, chegando a cidades perdidas no horizonte, uma terra mágica se imprimia no imaginário. 

Por sinal, algo que sempre me chamou a atenção foi o fato de quase todas as etnias estarem representadas naquele ambiente, dos índios aos europeus, aos africanos e aos asiáticos, num mosaico culturas. Quem, naquele amálgama, poderia ser “o” americano? E lembro ainda da leitura de uma revista cujo personagem central, um pato, deve estar envergonhado com o que um seu xará está aprontando, transformando em patos milhões de embasbacados e incrédulos cidadãos.

ads6 Advertising

Publicidade

Então veio Donald Trump.

Tudo o que ao longo de décadas se fortaleceu em termos de admiração por esse país vai sendo desdito em questão de dias. Nenhuma nação (termo confuso num mundo globalizado) hoje é autossuficiente, isso se alguma vez já foi. De maneira que, se Trump, com a arrogância típica dos debiloides, decidiu erguer um Muro que o separe do México, talvez fosse o caso de advertir que não exatamente os EUA estarão rechaçando o mundo; antes o mundo terá razões para rechaçar os EUA. Uma fronteira deve aproximar, e não excluir.

ads7 Advertising

Publicidade

Apesar dos problemas clássicos hoje em qualquer lugar do planeta, não começamos mesmo a ter pena dos norte-americanos? Tanta riqueza, tanta cultura exportada, e elegem um presidente tão… pífio. É esse o presidente que eles merecem? Sei lá. De minha parte, confesso que fiquei decepcionado. Fico com a memória das leituras de Tex e com as peraltices do Calvin e do Haroldo. Elas me bastam. Se alguém quiser ajoelhar-se diante do Trump ou bater palmas, que fique à vontade. Mas que esse tipo de coisa não acaba bem, isso já sabemos.

ads9 Advertising

© 2021 Gazeta