Quando as fake news ainda não tinham esse nome, acreditar no que diziam por aí também era fácil. Porém, não menos perigoso. Naquele tempo, há algumas décadas, se alguém aparecesse com uma história mirabolante, os incautos logo compravam o discurso e compartilhavam com o amigo, vizinho ou colega de trabalho sem ativar qualquer filtro de verificação.
Não mudou muita coisa. Nos últimos tempos, isso ficou ainda mais comum e exigiu grandes esforços dos meios de comunicação e até no campo da justiça e segurança. E olha que nem estou falando em questões políticas, até porque a vida não se resume a personagens e partidos.
O ponto em questão é que vídeos gravados por sabe-se lá quem adquirem status de verdade. Pode até que aquilo que foi dito faça algum sentido, mas será que perdemos a capacidade de questionar ou, quem sabe, buscar informações em fontes que vão além de um story do Instagram?
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Na contramão, os movimentos pela valorização dos meios tradicionais de comunicação e informação têm se fortalecido. Tive mais certeza disso ao participar da conferência Power of Print, da Two Sides, uma iniciativa global que divulga os atributos únicos, sustentáveis e atraentes do papel e ainda esclarece equívocos sobre eventuais impactos ambientais que possam ser causados.
Três painelistas, sendo um de Londres e dois brasileiros, mostraram a inversão da curva e destacaram a importância dos clássicos. E isso inclui livro, jornal, revista e até as malas diretas que chegam pelo correio. Antiquado, dirão alguns deslumbrados. Pelo contrário, defenderão os conservadores entre os quais me incluo. Para os negócios da comunicação, o digital foi um avanço inegável. A tecnologia passou a nos colocar em contato com o mundo sem sair de casa. Mas e aquela sensação única que o papel proporciona, onde fica?
Meu filho está no terceiro ano da escola e todas as semanas chega com livros que retira da biblioteca. Em casa, junta folhas, grampeia e cria histórias com começo, meio e fim. E ainda faz ilustrações, às vezes em parceria com outro colega da mesma idade. Essa nova geração está, aos poucos, aprendendo que o texto impresso e o papel têm seu valor.
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Quem faz jornal de papel não tem dúvida dessa importância e quem consome sabe que vale a pena o investimento. A prova é que com todos os avanços nestes 80 anos de Gazeta do Sul, seguimos entregando diariamente um impresso, mas também uma marca com credibilidade, tradição e compromisso, coisas que andam escassas em tempos de digitalização ou falas superficiais em redes sociais. Assim como disse o diretor de distribuição e novos negócios da Editora Abril, Erik Carvalho, no evento da Two Sides, enquanto existir leitor, haverá impresso.
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