Na página 13 desta edição, está a última reportagem da série Abril Azul, que abordou a temática do autismo. Inicialmente, o planejamento editorial previa uma matéria especial no último fim de semana, na qual seriam apresentadas histórias de superação tendo em vista a busca por uma oportunidade no mercado de trabalho.

Mas o assunto rendeu mais do que o esperado, algo que costuma ser muito bem-vindo nas redações. Ao longo da produção do conteúdo publicado na Gazeta do Sul, Portal Gaz e também nas mídias digitais, foram se descortinando novas histórias, relatos e análises acerca do autismo. Trazer essa causa aos debates, seja em família, na escola, entre sociedade civil organizada, na área política, nas empresas ou em qualquer outro meio é algo cada vez mais necessário. É dar visibilidade a quem, por muito tempo, foi tratado sem a devida atenção e respeito. Não há motivos para voltar à sombra do preconceito. Hoje, falar sobre o autismo é necessário. É necessário também promover inclusão de verdade, oferecer oportunidades e, quando necessário, suporte.

Foi isso que se viu nos últimos dias. Em Santa Cruz, houve avanços significativos em torno dessa questão. Sem citar nomes para não correr o risco de deixar alguém de fora, hoje se tem organizações e profissionais altamente qualificados e famílias cada vez mais conscientes.

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São louváveis todas as práticas desenvolvidas com esse propósito. E é isso que importa. Por mais que em alguns momentos apareçam indivíduos que se projetam diante daquilo que defendem, quando se trata de um assunto tão significativo e de relevância social, assumir a paternidade de uma ou outra iniciativa costuma ser frequente. O perigo mora em deixar a causa em um segundo plano e buscar o protagonismo e autopromoção.

Quando se fala de um tema dessa proporção, como é o autismo, a prioridade deve estar nas pessoas, sejam elas diagnosticadas ou seus familiares, que também acabam precisando de atenção para gerenciar a rotina atípica e desafiadora. Pelo que se viu na série que abordou o Abril Azul, mês de conscientização sobre o autismo, as pessoas que foram entrevistadas e compartilharam seus relatos têm objetivos em comum e esses objetivos estão em proporcionar a devida atenção a quem mais precisa.

Isso sem vitimização ou qualquer estigma, mas sim com protagonismo tão necessário. As iniciativas apresentadas, especialmente em torno do mercado de trabalho, buscam a inclusão e a cidadania. Existe um cenário que traz necessidades e requer ações concretas. Quem se envolve com esse mundo tem motivações, mas acima de tudo o propósito de emprestar seu conhecimento e experiência a pessoas que precisam de atenção de acordo com suas especificidades. É isso que importa.

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Dejair Machado de Oliveira é natural de Cachoeira do Sul (RS), onde iniciou a carreira jornalística em 2000, no Jornal O Correio, atuando nas editorias de geral, rural e política. Entre 2003 e 2005 respondeu pela edição geral do Jornal de Candelária, em Candelária, até transferir-se para a Gazeta do Sul onde teve passagem pelas editorias de geral, agronegócio, economia e política. Por cerca de uma década dedicou-se à produção e edição de conteúdo para os cadernos especiais da Gazeta do Sul atendendo clientes de segmentos como comércio, indústria e prestação de serviços. Atualmente, é editor-executivo da Gazeta do Sul, encarregado de projetos estratégicos na empresa, gestão de equipes e edição do jornal impresso diário. Além da carreira jornalística, é advogado inscrito na OAB/RS sob o número 127.203 e exerce a profissão em escritório atendendo casos na área Cível, Família, Imobiliária e Empresarial. É membro da Comissão Especial de Proteção de Dados e Privacidade da subseção da OAB de Santa Cruz do Sul, com trabalhos relacionados à Lei Geral de Proteção de Dados.

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