Dois adversários travam um combate físico intenso, duro, em que um tenta derrubar o outro. Ao término da luta, o vencedor ajuda o oponente a se erguer e ambos trocam cumprimentos, em clara demonstração de respeito mútuo. Cena tão incomum assim só pode ser vista em eventos esportivos, especialmente no maior deles: os Jogos Olímpicos. No judô ou no taekwondo ou no boxe, vitória não tem nada a ver com desprezo.
Se pudéssemos sintetizar o famoso “espírito olímpico” em apenas uma frase, talvez ela fosse: o adversário não é seu inimigo. Uma ideia quase transgressora em tempos como os de hoje, de animosidade, covardia e falta de nobreza.
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No fim de tudo, o pódio foi multicultural: uma russa com o bronze, uma brasileira negra com a prata e uma asiática que conquistou a medalha de ouro para os Estados Unidos. Sunisa Lee, a campeã, é filha de imigrantes que vieram do Laos na década de 1970, durante uma guerra civil em que membros de seu grupo étnico – os Hmong – foram perseguidos. Após passagem por um campo de refugiados na Tailândia, seus pais conseguiram chegar aos EUA, onde a ginasta nasceu.
E não menos admirável, certamente, é a trajetória da brasileira Rebeca Andrade, da periferia de Guarulhos (SP) até o pódio olímpico. A segunda melhor atleta do mundo em sua modalidade. Histórias que os Jogos trazem à luz.
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