A Procissão das Criaturas leva dezenas de milhares de pessoas para a Rua Marechal Floriano, em Santa Cruz do Sul. São fantasiados que encaram o desafio de atravessar uma das mais lindas vias gaúchas travestidos, e o público, que leva a sua cadeira para a calçada à espera de monstros e personagens de filmes e desenhos animados. Em uma das edições tive a oportunidade de conhecer um tio, que acompanhava os sobrinhos gêmeos.

Os pequenos estavam encantados com o dinossauro, que vem de Colinas, no Vale do Taquari, e tem uma performance que parece ser muito real – ressalta-se o “parece”, porque nenhum de nós esteve por lá para ver como se portavam esses animais que encantam ao ponto de assustar. Uma das crianças estava certa de que o “bicho” era de verdade, enquanto a outra apostava em um controle remoto capaz de dar “vida” àquela criatura.

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Não sabia, nem tinha como saber, que conversava com o jovem tio, que viria a representar uma revolução nos equipamentos protéticos, a partir de um mecanismo criado em Santa Cruz do Sul e que tem atraído os olhares de todo o País. Seu nome? Natã Vargas. Aquele que tinha como destaque ser o tio dos gêmeos ganhou protagonismo ao criar a startup Limbx.

Criou braços que respondem ao estímulo e fazem com que aqueles que tiveram uma amputação voltassem a ter mais qualidade de vida. A empresa tem elevado seu conceito e recebido investidores renomados, a ponto de já poder determinar 2027 como ano de início da comercialização para o público geral.

Ver o resultado desse trabalho, feito por um jovem e, agora, sua equipe, leva a crer que Milton Nascimento estava muito certo, quando cantou “sei que nada será como está; amanhã ou depois de amanhã; resistindo na boca da noite um gosto de sol”. Isso quando se pensa na questão prática, do dia a dia daqueles que apresentam limitação física.

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Indo além, é a demonstração de que a tecnologia não é apenas a internet e sua fábrica de memes. A capacidade inovadora permite ir além, possibilita navegar para encontrar novas Índias, como fizeram os espanhóis e portugueses, quando se aventuravam ao mar, em busca de especiarias. Faz viajar como Gilberto Gil, quando da popularização da rede. “Criar meu web site, fazer minha homepage; com quantos gigabytes se faz uma jangada, um barco que veleje.”

Observar tudo isso mostra que conhecimento, perseverança e coragem podem fazer toda a diferença para quem quer empreender. Além disso, potenciais clientes não devem esquecer o que disse Raul Seixas: “Não diga que a vitória está perdida, se é de batalhas que se vive a vida”. Uma hora, na sua guerra, pode aparecer um exército como o formado por Natã Vargas e sua equipe.

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Marcio Souza

Jornalista, formado pela Unisinos, com MBA em Marketing, Estratégia e Inovação, pela Uninter. Completo, em 31 de dezembro de 2023, 27 anos de comunicação em rádio, jornal, revista, internet, TV e assessoria de comunicação.

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