A região do Bioma Pampa pode não ter grandes cidades, enormes chaminés industriais, shoppings, condomínios fechados. Muitas áreas são de afloramento basáltico, os chamados “campos duros”. Aí é complicada a agricultura de escala, apenas alguns pedaços, aqui e ali, permitem o plantio direto.
Mas a flora e a fauna nativas são ricas.
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Os córregos têm como base as pedras, em muitos trechos há a formação do que se chama de “lagoões”, piscinas que armazenam a água, sob a proteção de frondosas árvores nativas. O gado solto no campo não costuma tomar água em balde ou tanques, é bom lembrar. E poços artesianos são caríssimos e interferem no Aquífero Guarani.
Assim que começamos a comprar terras contíguas às nossas propriedades, víamos, pelos campos, esqueletos de animais silvestres. Percorrendo as invernadas não se viam perdizes, perdigões, veados campeiros, pombões, emas, capinchos, jacus, bugios, marrecas.
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Um dia o falecido Nico Fagundes me disse que o sorro, tão combatido, na verdade não comeria cordeiros desde que houvesse outros animais de sua corrente alimentar. Com efeito: a vaca, a ovelha e o cavalo não são nativos da América. Apenas há uns 500 anos estão aqui e daí, argumentava ele, os sorros preferem comer outros bichos. Dito e feito: proibí a matança desses canídeos. De qualquer modo não é por causa de um cordeiro que vamos matar um animalzinho que chegou aqui antes de nós, humanos, muitos milênios atrás. Mais: respeitar o meio ambiente pode ser lucrativo. Aqui os animais são felizes. Chegará o dia em que será geral o bem-estar animal. Enfim, tenho tantas dúvidas sobre o papel dos humanos no planeta…