Quem sabe um dos maiores paradoxos da atualidade seja estarmos sempre sem tempo.
Se tudo é concebido para ser ou instantâneo ou o mais rápido possível, por que é tão difícil organizar o próprio tempo?
Nos apegamos às informações que já vêm mastigadas: mapa mental, resumos, resumo do resumo… tudo porque não conseguimos organizar tempo para acessar a íntegra dos conteúdos.
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Passamos mentindo que faremos certas coisas “quando tivermos um tempo”. Enquanto isso, entregamos grandes porções do nosso tempo a distrações.
Fazermos o que somos obrigados a fazer espicha e engrossa o tempo. Quando estamos nos divertindo, o tempo escorre pelos vãos dos nossos dedos.
No aeroporto, uma hora evapora caso algo dê errado no embarque, por exemplo. Por isso, é melhor já esperar lá.
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Albert Einstein, em sua obra-prima, derrubou a ideia de que o tempo corre de forma linear. A explicação de sua Teoria da Relatividade é tão certeira quanto ilustrativa:
“Quando um homem se senta ao lado de uma moça bonita, durante uma hora, tem a impressão de que passou apenas um minuto. Deixe-o sentar-se sobre um fogão quente durante um minuto somente e esse minuto lhe parecerá mais comprido que uma hora.”
A percepção do tempo muda conforme a época de nossas vidas.
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Para os jovens uruguaios presos na cordilheira dos Andes após o avião que os carregara ter se chocado contra uma montanha, o tempo rastejou até que soubessem que o resgate não viria mais. Depois que ouviram a má notícia no rádio, o tempo passou a se acumular lentamente como a neve que preenchia o horizonte que viam.
Para as famílias deles, cada expedição fracassada para encontrar o avião desastrado calava mais fundo, mas não a ponto de cortar as esperanças de Carlos Páez Villaró.
Esse famoso artista plástico, criador da magistral Casapueblo, escreveu livro emocionante a respeito daqueles dias agonizantes, traduzido para o português como “Entre meu filho e eu, a lua”. Recomendo a leitura da obra.
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Na música, o tempo é uma unidade de medida que considera a distância entre um som anterior ou uma pausa sonora anterior pertencente a uma música.
O tempo na vida é como o sentimos; na música, é como o compasso manda que seja.
Separar um tempo para se exercitar ou para simplesmente descansar nos afasta do burnout, da ansiedade e de sua irmã siamesa: a depressão.
Rentabilizar hobbies é uma boa alternativa para não esquecermos de parar um pouco.
O tempo não volta, não espera e não avisa.
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A cada tanto, é importante repensarmos se nosso tempo está investido no que realmente faz sentido.
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