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Oktoberfest, de Munique para o Rio Grande do Sul

Quando outubro chegar, o trabalho de milhares de pessoas, em diferentes municípios gaúchos, vai se tornar realidade. Vermelho, amarelo e preto, flores – muitas flores – indicam que grandes festas irão começar: são as Oktoberfest. A maior celebração da cultura alemã resiste ao tempo e a adversidades há mais de 200 anos. 

As comemorações pelo Rio Grande do Sul, terra de muitos descendentes de imigrantes germânicos, refletem uma história que se iniciou em 12 de outubro de 1810, em Munique. Enquanto reis organizavam festas majestosas somente para a nobreza, o Rei Ludwig I decidiu comemorar seu casamento com a princesa Tereza da Saxônia com uma corrida de cavalos, aberta à sociedade. Satisfeito com o evento, ele voltou a festejar no ano seguinte, no mesmo período, mas com um grande encontro no qual a música, a gastronomia e a cerveja ganharam espaço. Havia começado a Oktoberfest, como passou a ser chamado o evento. Pesquisadora da cultura alemã, Maria Luiza Rauber Schuster conta que somente 24 edições não foram realizadas desde o tempo de Ludwig I até os dias de hoje. E por razões fortes, como epidemias e guerras.

No Brasil, a primeira Oktoberfest foi promovida pela Sociedade de Ginástica Porto Alegre (Sogipa), em 1911, para simbolizar a gratidão pelas colheitas. Já Santa Cruz do Sul realizou a festividade em 1913. “Foi uma mini-Oktober, promovida pela Sociedade Ginástica, que na época se chamava Turn Halle”, revela Maria Luiza, completando que nem mesmo o clima da 1ª Guerra Mundial, iniciada no ano seguinte, atrapalhou o evento. “Estava tudo pronto para acontecer, em 1914, a guerra. O presidente da Sociedade Ginástica, Emil Voegel, também era diretor do Colégio Mauá. Ele organizou um dia de jogos escolares e, para culminar, promoveu uma mini-oktoberfest”, recorda.

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Em Igrejinha, uma festa pelas mãos da comunidade

Quando cerca de 10% de uma população se dedica para conquistar frutos à comunidade local, o resultado não pode ser diferente. Localizada em Igrejinha, município com aproximadamente 35 mil habitantes, no Vale dos Sinos, a festa é considerada a quarta maior Oktoberfest do mundo. No ano passado, conquistou um lucro de R$ 1,5 milhão e repassou todo o valor para entidades assistenciais daquela região. Na 27ª Oktober, em torno de R$ 1,9 milhão foram arrecadados durante o evento e o dinheiro possibilitou a construção de um Pronto-Atendimento 24 horas. A receita pelo sucesso é simples: trabalhar com carisma e ter como objetivo ajudar o próximo, afirma o presidente da Associação de Amigos da Oktoberfest (Amifest) e da 29ª Oktoberfest, Fabiano Beck.

O envolvimento comunitário e de famílias é a grande marca do evento. A diretoria, por exemplo, é dividida em dois conselhos, o consultivo e o fiscal. Os integrantes são ex-presidentes das últimas dez edições, que encontram espaço para contribuir com suas experiências e aprendizado. “O que acontece é que as pessoas que atuam no conselho voltam a trabalhar na portaria ou na equipe de chope. É muito difícil alguém deixar a presidência e falar ‘olha, não quero mais’. É uma cachaça que quando a gente bebe não consegue mais largar”, disse Beck. “Aqui também é normal toda a família se envolver. O presidente da 3ª Oktoberfest, Almiro Grings, teve dois filhos que presidiram o evento, uma nora vice-presidente e uma neta soberana”, acrescenta Eliani Gewehr, secretária da diretoria da Amifest há 24 anos.

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LEIA A REPORTAGEM COMPLETA NA EDIÇÃO
DA GAZETA DO SUL DESTE FIM DE SEMANA

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