ads1 ads2
GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Ontem e hoje

Como já escrevi neste espaço, considero equivocado comparar-se épocas diferentes, embora os valores básicos de comportamento não se alterem com o tempo. Uma das mudanças mais significativas diz respeito à demora dos jovens em deixar a casa paterna para alçar voo solo rumo à idade adulta.

Saí da pequena Arroio do Meio – à época com cerca de 5 mil habitantes – para encarar os desafios de Porto Alegre aos 17 anos. No começo, a mudança foi traumática. Afinal, eu deixava as mordomias de casa para trás – onde tinha comida, roupa lavada, carro, carinho e proteção – para enfrentar uma “cidade violenta”, como rezava a lenda que circulava à época no interior do Estado.

ads6 Advertising

Publicidade

Já nos fins de semana, as lembranças ficavam ainda mais doloridas. Os churrascos dominicais, a reunião com parentes nos aniversários e as reuniões em família para devorar enormes melancias na época de verão deixaram marcas.

Aos poucos, porém, a vida na Capital engrenou. Novas amizades foram forjadas na faculdade, na vizinhança e entre colegas de trabalho. A liberdade de fazer o que quisesse na hora em que bem entendia foi mais forte que o apelo para retornar à casa paterna.

ads7 Advertising

Publicidade

Em minha casa, vejo meus filhos – um casal de 21 e 23 anos – na quinta-feira à noite e somente no domingo volto a encontrá-los para o tradicional churrasco. O que enfatizo, sempre, com eles é a necessidade de me manter informado sobre seus horários e programações. Tenho tido êxito, mas cá entre nós – e que eles não me leiam: seria difícil chegar em casa no início da noite e não vê-los para falar das atividades do dia. Ao mesmo, tempo penso que uma aventura fora do âmbito familiar seria muito importante para o seu amadurecimento. Como em tudo, sempre há os dois lados.

ads9 Advertising

© 2021 Gazeta