Quando iniciou o trabalho como safreira em uma empresa de tabaco em fevereiro, Maria Beatriz da Silva estava segura de que tudo correria como nos anos anteriores. Embora não tivesse certeza de quanto tempo permaneceria, a expectativa era de que a dispensa acontecesse apenas por volta de outubro. Mas a situação mudou com o avanço da pandemia do novo coronavírus e a consequente paralisação da atividade econômica. Pouco mais de um mês depois, a santa-cruzense de 55 anos teve o contrato rescindido e agora está desempregada.
O caso não é único. O Ministério da Economia estima que, entre março e a primeira quinzena de abril, houve um aumento de 150 mil no número de pessoas aptas a solicitar o seguro-desemprego em comparação com o mesmo período de 2019. Na prática, isso significa que em torno de 1 milhão de trabalhadores foram demitidos desde o agravamento da crise. O cálculo é baseado nos pedidos formalizados e na estimativa de demanda reprimida por causa do fechamento das agências do Sine.