A Polícia Federal cumpriu na semana passada 53 mandados de busca e apreensão, a partir de investigações da Lava Jato, para evitar que provas importantes fossem destruídas pelos investigados. A operação foi batizada de Catilinárias – discursos célebres do cônsul romano Cícero contra o senador Catilina, que planejava tomar o poder e derrubar o governo republicano.
Anaconda, Castelo, Zumbi, Curupira, Vampiro, Cavalo de Troia, Mercúrio, Confraria, Lava Jato, Colono, Uno, Dominó, Saúva, Sanguessuga… Essas palavras podem parecer não ter relação nenhuma. Mas têm. Todas são importantes operações policiais realizadas na última década no Brasil. E esses nomes curiosos são um aliado precioso para a lei pela notoriedade que as investigações ganham na mídia e também por ajudarem a manter sigilosas as informações dos investigadores e dos investigados pela Polícia Federal.
No segundo semestre deste ano, a PF indiciou 14 pessoas acusadas de fraudar os empréstimos do Pronaf no Vale do Rio Pardo. As investigações foram chamadas de Operação Colono. Já em âmbito nacional, todo mundo ouve falar da Operação Lava Jato, que prende diversos empresários e políticos ligados ao governo por corrupção. Essas denominações, segundo o delegado da Polícia Federal, Luciano Flores de Lima, são uma prática policial antiga, escolhidas de acordo com alguma característica destacada de cada operação. “Quando as investigações têm início, o delegado responsável por elas e os agentes se reúnem e levantam o que já foi apurado. Nesse momento, o nome costuma ser escolhido”, explica.
Publicidade
Luciano conta que este costuma ser um momento mais leve e descontraído no trabalho diário dos policiais. Aquele que está com mais criatividade no momento acaba geralmente nomeando a operação. “Temos alguns cuidados, para não usar nomes de marcas, por exemplo. Algo recorrente é usar figuras mitológicas, deuses egípcios, expressões conhecidas da população, nomes de animais ou o que mais surgir nas primeiras reuniões”, revela. Isso é feito, conforme o delegado, por dois motivos importantes. O primeiro é por segurança interna, facilitando a comunicação dos agentes e o andamento da operação em si. “Assim escondemos os nomes dos investigados, não correndo o risco de algum deles ficar sabendo que é alvo da polícia ou de essas informações vazarem.”
LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO SITE DA GAZETA DO SUL
Publicidade
This website uses cookies.