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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Ovelha não é pra mato

Está causando perplexidade, em alguns setores da sociedade, o agir do presidente da República.
Na maioria das nações, principalmente as que aprendem com o passado, os governantes optam por comportamento discreto. A humanidade foi coletando, pelo andar dos séculos, normas, algumas consuetudinárias, outras legais, de comportamento, tanto das autoridades como dos cidadãos comuns.

É de bom alvitre, portanto, para todos nós, cuidar com o que se diz. Já antes de Cristo se dizia que “se ficasses calado, passarias por filósofo” (Si tacuisses, philosophus mansisses). E não é por nada que os germânicos advertiam que falar é prata, mas silenciar é ouro (reden ist Silber, schweigen ist Gold). Não aconteceu já contigo, que me lês, que a todo passo alguém, mesmo decênios depois, traz à tona uma frase infeliz que proferiste? Daí o outro provérbio: “és o dono das palavras não ditas, mas escravo eterno das ditas.”

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A publicação, pelas redes sociais, de uma irresignação sua por uma postura de gosto condenável durante o Carnaval redundou no quê? Resultou no fato de que aquele proceder, de pouquíssima repercussão, percorreu o País, teve manchetes até no exterior. Muitos mandatários de países adiantados devem ter se perguntado: mas será que no Brasil não há outras autoridades, em nível inferior ao presidente, para tomar conta desse incidente? Teria sido de bom gosto o próprio presidente ter reproduzido o ato que achou condenável?

Daí chegamos a outra assertiva: o pretor não cuida de coisas pequenas (de minimis non curat praetor). Assim como não cabe ao juiz algemar o assaltante, não faz nenhum sentido o presidente se arvorar em guardião dos bons costumes.

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