Quando a tarde de sábado chega, todo mundo em Mato Leitão sabe que logo às 18 horas é hora de rezar no município. Do alto dos 30 metros da torre da igreja Santa Inês, quatro potentes alto-falantes reproduzem a missa, celebrada no interior do templo.
A alternativa usada desde o mês de março, quando a pandemia do novo coronavírus impediu a realização de celebrações, caiu no gosto de fiéis e cristãos de diferentes religiões. O pároco da Santa Inês, Carlos André Mueller, foi quem teve a ideia de utilizar o sistema de som, adquirido pela comunidade na década de 1970.
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Padre Carlos conta que uma pessoa fica com o celular na mão e quando o volume não está de acordo, o povo manda mensagem. “Às vezes pedem para aumentar o volume. Como o templo é muito grande e a torre fica destacada da edificação, nem sempre a gente acompanha o som.”
A cidade para ao ouvir a missa. Pontualmente às 17h30 os sinos anunciam que a celebração inicia em meia hora. Às 18 horas, começam os cânticos – geralmente dois – para introduzir a celebração. O pároco teve que fazer um ajuste no rito eucarístico. Padre Carlos diz que não transmite tudo que acontece no altar.
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Aprovação de diferentes cristãos
Além da audiência dos católicos, padre Carlos e sua equipe de animação da missa da torre conquistaram a simpatia de cristãos de outras denominações. Evangélicos luteranos e pentecostais aprovaram a mensagem que ecoa pelas ruas da cidade. “Fizemos uma pesquisa para saber se a comunidade aprovava o uso do som. Todos avaliam como positiva esta nossa ação”, diz o pároco.
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Por enquanto, com a restrição de público na igreja, assim como os cuidados especiais com as populações de risco, a missa da torre seguirá sendo transmitida pelo som da igreja. “O evangelho, ou seja, a palavra de Deus é para todos, por isso estamos usando o som na transmissão das missas”, justifica.