Se a Lava Jato está funcionando, avançando e crescendo no âmbito de suas ações e repercussões, com base na atual legislação, por que o Ministério Público Federal apresentou propostas de modificações legais (ainda que baseadas em abaixo-assinados populares)?
Esqueceu que as sucessivas delações, e principalmente a aguardada delação gigante da Odebrecht, estão incriminando (e incriminarão) a maioria dos integrantes do Congresso Nacional e das direções dos partidos?
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Pior: retaliados com as emendas propostas e aprovadas (abuso de autoridade) pelos parlamentares, na sequência, os membros da Lava-Jato pateticamente ameaçam com a renúncia coletiva e o esvaziamento de suas ações, esquecendo que são servidores públicos da ativa e naturalmente responsáveis pelas irrenunciáveis tarefas e causas judiciais que lhes tocam por competência funcional. Não sabiam?
Pediu, levou!
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O processo de desmoralização da política não é um fato recente. Mas é inegável que nos últimos anos têm sido feitos esforços sistemáticos para acelerar sua putrefação.
Mas há algo mais grave. Há uma espécie de “impermeabilização” dos políticos e dos partidos, como se fossem intocáveis e inimputáveis.
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Transformaram a ideologia e a política num miserável balcão de negócios, cuja regra principal é a apropriação privada. Travestem o discurso e escondem a verdade. Não é à toa que “ficaram” todos iguais, partidos e parlamentares.
Por isso que o populismo cresce. Alimenta-se do vazio de debates, nutre-se da ausência de política. É uma oportunidade de ouro para os demagogos.
Estamos à beira do abismo!
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