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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Pelas curvas da vida II

Vários leitores sugerem que eu conte mais da minha experiência no agro.

A pecuária extensiva tem uma característica que quase nenhuma outra atividade tem. Na época em que quase nenhuma empresa tem muito estoque, o pecuarista tem um estoque de milhares de cabeças, entre bois, vacas, touros, terneiros. E mais: estoque vivo.

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É alta a frequência de raios. No que tange ao gado, só resta torcer para que não se encostem nos fios do alambrado. Cansei de perder várias reses numa só tempestade.

Na fazenda tu és um solitário, com teus peões. Na primeira trovoada se vai a luz, ou por raio ou por rompimento de fios. Na cidade, tudo se conserta em poucas horas. No campo leva intermináveis dias. Resumo: o fazendeiro é o último a receber socorro. Primeiro vêm os da cidade e não adianta chorar. Por isso é importante ter um gerador em casa. 

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Na fazenda, temos foco na pecuária de corte. Por essa razão não criamos porcos, nem que seja para consumo próprio. É mais negócio comprar essa carne no supermercado. Depois de um tempo, parei de carnear gado para subsistência na fazenda.

Mata o boi no chão, arrasta para o galpão, vai carneando e as moscas em volta. Achei melhor comprar carne do frigorífico, dá menos estrepolias e se mantém a higiene. As ovelhas sim, essas são de carnear mais rápido.

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Uma questão importante é a convivência com o capataz e com os peões. 

Para todos dou senhoria: seu Júlio, seu Carlos, dona Maria. O capataz e a família moram na fazenda. Já alguns peões preferem ir dormir em casa. 

Sempre achei conveniente não permitir que os peões tenham seus próprios animais dentro da nossa propriedade. 

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No que tange à esposa e filhas do capataz deve haver muito tato, cuidado e respeito. Se o capataz não está em casa, não se deve entrar. No caso de uma necessidade, conversa-se sem entrar.

Para que não surja uma demanda trabalhista é melhor pagar salário para a esposa do capataz, assinando a carteira.

Um dia falarei sobre o mio-mio.

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Na próxima: a semana da imigração.

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