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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Perdas e constelações

A semana se iniciou de maneira dolorosa. Uma tia, na verdade minha madrinha, irmã de minha mãe, partiu para o outro plano, logo na manhã de segunda-feira, dia 7. Residia em Lajeado, como a maioria dos meus familiares.
No feriadão de Ano Novo estive na região e prometi a uma prima uma visita. Como nas vezes anteriores, não cumpri a promessa. Foram diversas idas ao Vale do Taquari com o intuito de abraçar essa guerreira, dedicada ao lar, de alto astral, sempre pronta a contar uma piada. Em português ou em alemão.

Já escrevi diversas vezes sobre o começo de ano quando fixamos alguns objetivos para os próximos 12 meses. Alguns escrevem e apõem na porta da geladeira para não esquecer. Outros, mentalmente, repetem as metas para fortalecer a execução de projetos, iniciativas e ideias.

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A rotina – sempre ela! – nos absorve sem dó, tornando-nos refém do próprio dia a dia. As pequenas folgas são preenchidas com repouso, relax em casa com amigos ou esporádicas viagens que não requerem grandes investimentos. Quando nos damos conta, o verão e a primavera se foram. Chega o inverno, essa prisão voluntária em que nos recolhemos nos dias gelados, úmidos e carrancudos.

Num piscar de olhos atravessamos os 12 meses, esbarramos no Natal, trombamos com o Ano Novo e desembocamos nas férias, uma convenção condenada a ser cumprida no verão. E tudo reinicia em janeiro – ou depois do Carnaval – quando a roda da vida volta à ribalta da nossa agenda caseira e profissional.

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Os afetos que partem formam uma constelação que apenas muda de lugar. Ao invés de vê-los frente a frente, são vistas dentro de nós. Corações e almas são moradas permanentes, o porto seguro que, oxalá, seja também o ponto de culminância de um encontro derradeiro. Esta semana fiquei um pouco mais órfão. Normal, mas muito dolorido.

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