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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Piloto gritou para copiloto abrir a ´maldita porta´

O piloto do avião que caiu nos Alpes franceses na última terça-feira, 24, causando a morte de seus 150 ocupantes pediu aos gritos para que o copiloto, que teria derrubado deliberadamente a aeronave, que abrisse “a maldita porta” enquanto tentava arrombá-la, mostraram as gravações da primeira-caixa preta encontrada. Quando o copiloto, Andreas Lubitz, 27, já teria acionado o sistema de descida, e os controladores aéreos franceses tinham tentado, às 10h32, contatar sem sucesso o avião, a gravação registra o sinal de alarme automático de perda de altura, revelou neste domingo, 29, o jornal alemão “Bild”.

Imediatamente depois se ouve um forte golpe, como se alguém tentasse abrir com um chute a porta da cabine, e a voz do capitão, Patrick Sondenheimer, gritando: “Pelo amor de Deus, abra a porta!”. Ao fundo é possível ouvir os gritos dos passageiros. Às 10h35, quando o avião ainda estava a sete mil metros de altura, a gravação registrou “ruídos metálicos fortes contra a porta da cabine” como se ela estivesse sendo golpeada.

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A hora e meia de gravação resgatada revelou também como o capitão, às 10h27 e a 11.600 metros de altura, pede ao copiloto que comece a preparar a aterrissagem em Düsseldorf e ele responde, entre outras palavras, com um “tomara” e um “vamos a ver”.

ANSIEDADE

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Lubitz, que supostamente derrubou a aeronave de forma deliberada durante o trajeto entre Barcelona e Düsseldorf, também aparentava ter problemas com o sono, para o qual foi recomendado a usar o antidepressivo agomelatina. A promotoria de Düsseldorf informou nesta sexta-feira que encontrou documentos médicos “que apontam uma doença e o tratamento médico correspondente” na casa de Lubitz e na de seus pais, na cidade alemã de Montabaur.

O site do jornal alemão “Die Welt” informou na semana passada que agentes da polícia acharam vários remédios para tratar um grave “transtorno psicossomático” no apartamento em Düsseldorf. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (26), quando foi comunicado que as gravações permitem concluir que o copiloto derrubou intencionalmente a aeronave, que fazia o trajeto entre Barcelona (Espanha) e Düsseldorf (Alemanha), o promotor de Marselha qualificou as respostas do copiloto a seu comandante de “lacônicas”.

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PROBLEMA DE VISÃO

O copiloto Andreas Lubitz, acusado de ter derrubado propositalmente um Airbus A320 da companhia alemã Germanwings, teria um problema de visão. Segundo reportagem publicada neste sábado (28) pelo jornal americano “The New York Times”, que credita essa informação a fontes oficiais ligadas a investigação, Lubitz procurou tratamento para um possível problema de visão, que, se confirmado, poderia colocar em risco suas habilidades como piloto e, inclusive, fazê-lo perder o emprego.

A revelação desse problema adiciona um novo elemento ao caso, já que nesta sexta-feira, 27, a Promotoria de Düsseldorf informou ter encontrado provas de que Lubitz teria ocultado da Germanwings que sofria de uma doença psiquiátrica. Ainda não está claro se o problema de visão está relacionado à condição psicológica de Lubitz. Uma pessoa que acompanha de perto a investigação do caso disse que as autoridades não descartaram, porém, a possibilidade do problema nos olhos ser psicossomático.

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EX-NAMORADA

Neste sábado, o “Bild” publicou entrevista com uma comissária de bordo identificada apenas como Maria W., de 26 anos, que afirmou ter mantido um relacionamento com Lubitz em 2014. De acordo com ela, o copiloto planejava um grande gesto do qual todos se lembrariam dele. “Quando soube do acidente, lembrei de uma frase que ele me disse algumas vezes”, contou Maria. “Um dia eu farei algo que mudará o sistema, e então todos saberão meu nome e se lembrarão dele”, completou ela.

“Na época, não sabia o que ele queria dizer com isso, mas agora é óbvio”, disse. “Ele fez isso porque percebeu que, devido a seus problemas de saúde, seu grande sonho de trabalhar na Lufthansa, de ter o cargo de piloto em voos de longa distância, era praticamente impossível.” Maria ainda disse que Lubitz nunca falou muito sobre sua doença, “somente que estava em tratamento psiquiátrico”.

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