O vídeo é caseiro, mas bem significativo. Da Califórnia, a americana Trisha O’Connor relata a experiência de ter se hospedado na casa do porto-alegrense – e agora amigo – Rodrigo Teixeira, em 2008. Faz questão, inclusive, de mostrar as bandeiras (do Brasil e do Rio Grande do Sul) que levou após a visita. E ainda se lembra das danças que aprendeu em terras brasileiras. A experiência de compartilhar esses momentos foi possível através da plataforma online chamada Couchsurfing, ou “surfando no sofá”, na tradução literal. O site faz a ponte entre turistas que procuram hospedagem grátis e pessoas que gostariam de receber esses visitantes. Para colocar isso em prática, basta criar um perfil no site e dar início às buscas.
O analista de sistemas Rodrigo Teixeira, porto-alegrense que hoje reside em Santa Cruz do Sul, já hospedou um bocado de gente. Em sua casa passaram viajantes da Argentina, Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Holanda, Alemanha, Austrália e por aí vai. “No início a gente tem um pouco de receio, afinal, é alguém que você não conhece e vai conviver na sua casa. Mas tudo sempre aconteceu com muita naturalidade. Basta você checar quem irá receber”, explica.
Entre as vantagens de oferecer couchsurfing, Rodrigo cita a troca de culturas e o aprimoramento de um novo idioma. “É uma experiência que abre horizontes. Me relacionar com pessoas que pensavam diferente de mim mudou quem eu sou hoje.” Ele recorda que também assumia o papel de “pai” e “mãe” dos seus hóspedes. “Era o meu dever explicar como as coisas funcionavam no Brasil. Me sentia responsável pelo bem-estar deles por aqui.” E, até hoje, o porto-alegrense mantém contato com boa parte das pessoas que acolheu. “Você acaba criando uma conexão forte com o estrangeiro. Isso é muito bacana.”
Publicidade
Agora, quando quiser circular mundo afora, Rodrigo Teixeira vai contar com dezenas de casas para se hospedar. Mais do que isso, vai ter amigos a sua espera.
Com centenas de fotos no notebook, Teixeira recorda dos
bons momentos que viveu ao lado dos estrangeiros
Foto: Bruno Pedry
Para se sentir em casa
Publicidade
Na ativa desde 1999, a plataforma Couchsurfing ganhou outros “derivados” na internet. Nas redes sociais, há grupos específicos de brasileiros que compartilham dicas de viagem pela Europa e também de acomodações por onde passam.
Com residência fixa em Hamburgo, na Alemanha, a santa-cruzense Luísa Wink, 23, já trocou informações com muita gente por meio da plataforma. “Quem participa costuma ser bastante aberto e tem muita disposição para apresentar sua cidade ou país a quem fica na sua casa. Já conheci muita gente legal assim”, conta. Longe do Brasil há oito meses, Luísa também vê no couch com brasileiros uma espécie de conexão com a sua terra natal.
Para que as hospedagens ocorram sem contratempos e com segurança, as dicas de quem tem experiência na plataforma são sempre as mesmas: pesquise, cheque, pergunte. Segundo Luísa, é fundamental analisar o perfil da pessoa e optar por quem tem referências positivas no site. “O ideal é contatar apenas quem tem o perfil completo e com fotos. Pergunte onde vai dormir, como se chega ao local e peça o número de telefone.” Por outro lado, é importante que o viajante deixe uma avaliação honesta sobre o seu anfitrião.
Publicidade
E, para quebrar o gelo, a estudante dá a deixa: “Acho legal levar algum presentinho”. Depois disso, basta ter noção de que um hóspede precisa entender os seus limites.
Passo a passo
Os interessados em buscar hospedagens gratuitas ou receber estrangeiros devem acessar o site www.couchsurfing.com. Para criar o perfil, é interessante que as informações sejam escritas em inglês. Conforme Rodrigo Teixeira, o perfil se torna mais atrativo quando as pessoas deixam a sua identidade no site. “Poste muitas fotos, adicione as pessoas que você conhece, enfim, procure humanizar a ferramenta que ainda é muito mecânica.” Já para quem optar pelos grupos via rede social, a dica é caprichar na criatividade dos posts com informações sobre os objetivos da viagem.
Publicidade
This website uses cookies.