A Polícia da Nicarágua informou nesta sexta-feira, 27, que prendeu Piersen Guiérrez Solis, de 42 anos, suspeito de ter assassinado a estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima. Segundo nota divulgada pela corporação, Solis tinha uma carabina M4, a mesma arma de guerra que teria sido disparada na segunda-feira, 23, à noite contra a jovem pernambucana, de 31 anos. Ainda de acordo com a polícia, Solis seria um guarda de segurança privado.
No entanto, a versão da polícia é contestada pelo reitor da Universidade Americana de Managua (UAM), Ernesto Medina, onde ela cursava o sexto ano de medicina. Segundo Medina, as autoridades nicaraguenses estão encobrindo um crime cometido por paramilitares, simpatizantes do governo do presidente Daniel Ortega.
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Segundo Medina, Raynéia estava voltando para casa com o namorado, em carros separados, no bairro de Lomas de Monserrat – onde vivem altos funcionários do governo. “Apareceram três homens encapuzados, com fuzis de guerra, que fizeram sinal de alto. Ela continuou dirigindo e atiraram nela”, contou o reitor. O namorado, que vinha atrás, saiu do veículo dele com as mãos levantadas e levou Raynéia até o Hospital Militar. “Por coincidência, estavam de plantão três estudantes de medicina da nossa universidade, companheiros de Raynéia”, disse Medina. “Ela lutou horas para viver, mas não sobreviveu ao disparo, feito com uma arma de alto calibre”, disse Medina.
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No mesmo dia em que Raynéia foi assassinada, policiais e paramilitares entraram na cidade de Jinotega – a 242 quilômetros da capital, Managua – e mataram três pessoas.