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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Ponta oca

Estávamos embalados nas mensagens da semana de Natal quando surgiram informações bélicas em dois ou três sites de notícias que atingiram a paz tão desejada: o Tribunal Superior Eleitoral, que tem por tarefa preparar eleições, parecia estar se preparando para a guerra. Havia comprado armas e munições. No princípio, só me havia chamado a atenção nas notícias uma mesma informação em todas: que o TSE havia comprado 39 mil projéteis. Fiz ironia, no meu canal do YouTube: ora, se só tivesse comprado os projéteis, como iria arremessá-los? Com atiradeiras, estilingues, bodoques, fundas de Davi? Ou, se fossem grandes, por catapultas? Certamente – corrigi – os que redigiram essas notícias não sabem o que são projéteis, pois com certeza o tribunal comprou cartuchos.

Fui conferir no site do TSE. As compras eram anteriores ao Natal. E realizadas cautelosamente: pouco a pouco por mês. Em agosto, o TSE comprou 30 pistolas calibre 9 mm por R$ 66.707,86. Em setembro, dez armas de “incapacitação neuromuscular” com seis cartuchos cada, por R$ 58.887,70. Em outubro, depois de comprar 25 “bastões antitumulto”, por R$ 1.850,00, fez o pregão de 36 mil cartuchos calibre 9 mm Luger”, com pólvora química sem fumaça, a R$ 174.960,00 e, no mesmo dia, 3 mil cartuchos do mesmo calibre, tipo “+P+ expo 115 gr”, isto é, segundo o fabricante, uma munição cujos projéteis (agora sim) “possuem geometria especial: ponta oca e configuração hexagonal em seu interior, o que garante alto desempenho e a perfeita equação entre a expansão e a penetração ideal, sem transfixação do alvo”.

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Imagino que o TSE esteja vendo inimigos muito além dos hackers. Porque para esses invasores de muralhas digitais as armas de defesa são digitais, usando mais inteligência que esses invasores, para proteger o bem mais precioso, de que a Justiça Eleitoral é guardiã por obrigação: o voto de cada um. E contra hackers, não fazem efeito armas convencionais, como cassetetes, armas de incapacitação, pistolas 9 mm, munição sem fumaça ou ogivas que se abrem para destruir corpos não digitais, de carne e osso, de eleitores e contribuintes que ajudaram, com seus impostos, a comprar o intimidador armamento.

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